Em dias tão nebulosos e cinzentos em que vivemos, a notícia do encerramento das atividades da Fafica, nos enche ainda mais de tristeza, desencantamento e certa desesperança.
Como aluno, vislumbrei, naqueles corredores quase monásticos, todos os sonhos que minha juventude permitiu sonhar. Ali, aprendi a enxergar a História não como objeto de curiosidade, mas, sim, como instrumento transformador e condutor da vida,
Ali, descobri coisas, como Santo Agostinho e suas “Maravilhas da Memória:” “…Chegarei assim ao campo e aos vastos palácios da memória, onde se encontram os inúmeros tesouros de imagens de todos os gêneros…”.
Mestres, mestres…
Essa lacuna que se abre hoje só será perceptível daqui a alguns anos, quando o vazio em que estamos nos metendo cultivando o efêmero, o descartável e o fútil, mostrar a sua verdadeira face.
Só um desabafo.
Vamos cultivar a memória afetiva que só os que, de alguma maneira, cruzaram aqueles degraus, salas, salões e corredores, poderão desfrutar plenamente. Hoje, seria um dia propício para assistir ao filme “Sociedade dos poetas mortos”…
Obrigado, Fafica.