Tony Gel diz que políticos atuam para levar PMDB de Pernambuco para a oposição a Paulo Câmara

Mário Flávio - 14.09.2017 às 21:49h

06.06-reuniao-plenaria-tony-gel-ja-4-1-e1496786303794.jpg

Pedido que pretende dissolver o diretório pernambucano do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) – recebido pela chefia nacional da legenda em Brasília – motivou críticas do líder da sigla na Assembleia, deputado Tony Gel. Em pronunciamento no Plenário, nesta quinta (14), o parlamentar disse que a medida é uma “tentativa de invasão” movida pelo senador recém-filiado Fernando Bezerra Coelho, que pretenderia assumir o comando do partido e preparar uma candidatura de oposição ao Governo do Estado.

Tony Gel explicou que o pedido foi protocolado por um assessor da Prefeitura de Petrolina (Agreste), gerida pelo prefeito Miguel Coelho, filho do senador. No estatuto da sigla, a dissolução é prevista como punição para desvios de ética, para casos de desrespeito ao programa ou a deliberações da legenda, ou mesmo para quando o “desempenho eleitoral não corresponder aos interesses do partido”. Foi com base neste último fundamento que o pedido teria sido recebido para deliberação.

“Fica claro que há uma vontade do presidente nacional, o senador Romero Jucá (RR), de entregar o partido a Fernando Bezerra Coelho. Me sinto numa situação de muita indignação”, afirmou, ressaltando que a seção pernambucana do partido foi a que, proporcionalmente, mais cresceu nas eleições municipais de 2016 ao eleger 17 prefeitos, 15 vice-prefeitos e 161 vereadores. “O pedido é apenas um pretexto para levar o PMDB para a oposição”.

Os peemedebistas Gustavo Negromonte e Ricardo Costa se somaram às críticas, saindo em defesa de líderes do diretório pernambucano como o vice-governador Raul Henry e o deputado federal Jarbas Vasconcelos. “Nunca vi uma violência tão grande ao PMDB, promovida por alguém que pula de galho em galho em Petrolina, e executada por um assessor citado em ações da Operação Lava Jato”, disparou Negromonte. “A direção nacional deveria expulsar do partido quem está de tornozeleira, quem está na cadeia, e não punir pessoas sérias, que defendem as boas causas”, disse Costa.

Terezinha Nunes (PSDB) questionou a credibilidade da executiva nacional da legenda para aplicar punições a filiados. “Por fisiologismo, está se atacando Jarbas Vasconcelos, um dos fundadores do partido que sustentou as bandeiras da legenda e arriscou sua vida durante a Ditadura Militar”. Waldemar Borges (PSB) sublinhou que “ninguém pode se referir ao PMDB de Pernambuco como uma seccional qualquer. Aqui há história, consistência e gente que defende entendimentos políticos, não oportunismos baratos”.