Um ano após serem os primeiros cidadãos do Ocidente a entrar em quarentena, cerca de dois terços dos italianos voltarão ao lockdown para conter a covid-19. As novas restrições, que começarão na segunda e valerão até ao menos o dia 6 de abril, tentam conter a piora recente dos casos no país, um dos mais afetados na Europa pela crise sanitária.
O governo do primeiro-ministro Mario Draghi aprovou o decreto após uma reunião nesta sexta, automaticamente designando regiões com mais de 250 casos semanais por 100 mil habitantes como “zonas vermelhas” de alto risco, segundo um comunicado emitido pelo governo.
Nesta semana, o número de novos casos no país chegou ao seu maior número em três meses, aumento causado em parte pela nova variante britânica.
O acirramento das restrições ocorre um ano após a Itália ser o primeiro epicentro da pandemia no Ocidente com uma explosão de casos no início de 2020, chegando a registrar mais de 900 mortes em um único dia. O país consegui reduzir drasticamente o contágio com uma dura quarentena que se estendeu de março ao fim de maio e, durante os meses de verão no hemisfério norte, chegou a registrar médias diárias de novas mortes inferiores a uma dezena.
Com a queda das temperaturas e o alívio das medidas sanitárias, o país viveu uma segunda onda entre novembro e dezembro, que foi controlada com o acirramento das restrições, com medidas como toques de recolher, restrições de movimento e um quarentena total durante o Natal e o Ano Novo. As medidas tiveram sucesso relativo em reduzir o número de casos, que voltou a crescer no fim de fevereiro.