RS: Vereador tem processo de cassação aberto após falas que defendiam a escravidão

Lucas Medeiros - 02.03.2023 às 18:25h

Do Poder360

(Imagem: Bianca Prezzi/ Câmara de Vereadores de Caxias do Sul)

A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (RS) aceitou, por unanimidade, nesta quinta-feira (02) a abertura do processo de cassação do mandato do vereador Sandro Fantinel (sem partido) após declarações em que minimizou o trabalho análogo à escravidão no Estado e ofendeu trabalhadores baianos.

Ao todo, foram analisados quatro pedidos de cassação. Após a votação, foi criada uma comissão para analisar o caso. O grupo tem 90 dias para decidir se Fantinel perderá o mandato.

Os vereadores escolhidos para compor a comissão foram: Tatiane Frizzo (PSDB), Felipe Gremelmaier (MDB) e  Edi Carlos Pereira de Souza (PSB).

Em seu perfil no Twitter, a Câmara de Caxias do Sul publicou o momento em que o processo de cassação foi aprovado.

Fantinel também foi expulso do partido Patriota por minimizar a condição análoga à escravidão de 206 trabalhadores resgatados em vinícolas de Bento Gonçalves (RS).

Em fala na Câmara, o vereador disse: “agricultores, produtores [rurais], empresas agrícolas que estão nesse momento me acompanhando: não contratem mais aquela gente lá de cima”. A fala faz referência à Bahia, local de origem da maioria dos profissionais resgatados.

Nesta quinta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que acionará a Polícia Federal (PF) contra Fantinel por acusar um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de participar de “orgias com crianças” no exterior.

A declaração foi feita em 17 de novembro de 2022 durante uma sessão ordinária na Câmara da cidade.

Na ocasião, o vereador afirmou: “Um ministro do Supremo Tribunal Federal participou de uma orgia com crianças fora do Brasil. Como um cara desse vai permitir que sejam criadas leis mais severas para quem comete esse crime aqui dentro? A vergonha começa lá em cima. A gente sempre tirou os exemplos de nossos pais quando éramos crianças e o povo tira o exemplo das autoridades”.

Procurado pelo Poder360, o vereador não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.