A fragilização da representação evangélica nas eleições de 2024 e o exemplo de Caruaru

Mário Flávio - 14.10.2024 às 09:48h

Em 2022, já se previa um fenômeno preocupante: a ascensão dos bolsonaristas estaria provocando estragos na representação evangélica no Legislativo. Agora, em 2024, essa dinâmica se repetiu e se intensificou, evidenciando uma mudança significativa no cenário político, especialmente em municípios como Caruaru.

Na Câmara Municipal de Caruaru, três vereadores bolsonaristas foram eleitos: Silvio Nascimento (PL), Erick Lessa (Republicanos) e Cabo Cardoso (Avante). Embora todos eles mantenham boas relações com a comunidade evangélica, o que chama a atenção é a ausência de pastores ou representantes de igrejas entre os eleitos, já que vários foram candidatos. Essa situação levanta questões sobre a força e a coesão da representação evangélica no contexto atual.

Uma das razões para essa ausência pode ser atribuída à coesão ideológica entre os bolsonaristas. Embora o PL tenha se destacado, essa coesão não se limita a um único partido; ela revela um fenômeno mais amplo que contrasta com a fragmentação denominacional observada no meio evangélico. Essa fragmentação enfraquece as estratégias e candidaturas, dificultando a construção de uma representação forte e unificada.

Enquanto os bolsonaristas se organizam de maneira eficaz, as diversas denominações evangélicas acabam dispersando seus esforços. Isso não só compromete a capacidade de eleger representantes, mas também dilui a influência que poderiam ter em pautas importantes para suas comunidades.