As eleições deste ano em Caruaru trouxeram mudanças significativas ao cenário político local, mas uma delas se destaca de forma preocupante: a representatividade das mulheres na Câmara Municipal sofreu uma queda alarmante. Dos 23 vereadores que compõem a Casa, apenas Mery da Saúde (PSDB) conseguiu se reeleger, enquanto outras figuras importantes, como Perpétua Dantas, Kátias da Rendeiras e Aline Nascimento, não conseguiram garantir seus mandatos.

Esse retrocesso na representatividade feminina não apenas limita a diversidade de vozes no legislativo, mas também reflete um cenário mais amplo de desigualdade de gênero na política. No entanto, vale lembrar que os mandatos também ficaram aquém do esperado. Perpétua brigou com a governadora Raquel Lyra e depois com o sobrinho Armandinho e perdeu boa fatia dos votos. Aline ficou num mandato com pautas sem muito interesse da maioria e a mudança de última hora de partido também prejudicou e o que poderia ser bom, não foi.

Kátia das Rendeiras teve um mandato marcado por problemas com a justiça, chegando a ser presa e afastada da Casa Legislativa. Ela também deixou a base do prefeito Rodrigo Pinheiro de última hora. A presença de mulheres na política é essencial para que as demandas e preocupações de todas as cidadãs sejam adequadamente representadas e discutidas. A perda de mandatos de mulheres que já estavam na Câmara significa que questões importantes, muitas vezes abordadas sob uma perspectiva feminina, podem ficar à margem das discussões.

A ausência de novas candidatas femininas que conseguissem conquistar um lugar na Câmara é um indicativo de que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as mulheres tenham voz e vez na esfera pública. A construção de uma política mais igualitária e representativa passa pela valorização das candidaturas femininas e pelo fortalecimento de políticas que assegurem a presença de mulheres em todos os níveis de decisão.