Em tom quase messiânico, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse na noite de ontem, na Praça Cívica, no centro de Goiânia, que pretende “libertar” o País do “tempo da infâmia e da mentira”. Ele acusou o governo de Dilma Rousseff, adversária do PT que disputa a reeleição, de autoritarismo. “Nestes cinco dias que nos separam da grande libertação, sejam a minha voz rouca, sejam a minha coragem, para que possamos mudar de verdade o Brasil”, afirmou.
O comício durou apenas meia hora, incluindo a execução do hino nacional. O evento, que contou com cascata de fogos e chuva de papéis picados, foi filmado para os últimos momentos do programa gratuito na TV. No discurso, Aécio lembrou o avô, Tancredo Neves, eleito indiretamente para a Presidência, em 1985, que fez comício na mesma praça na campanha por eleições diretas. “Assim como há 30 anos Tancredo convocava de Goiás todos os brasileiros para deixar o regime autoritário, quero convocar os brasileiros a deixar para trás o tempo da corrupção, do desgoverno, da irresponsabilidade, da infâmia e da mentira”, afirmou.
O governador goiano e candidato à reeleição, Marconi Perillo, presente no comício, voltou a demonstrar mágoa do PT. Ele disse que Aécio vai “moralizar” o Brasil. Em pesquisa IBOPE, divulgada horas antes, Perillo aparece com 60% dos votos válidos, contra 40% de Iris Rezende, do PMDB.
Aécio retribuiu às palavras de Perillo. “No dia 1º de janeiro, com fé em Deus, estarei subindo a rampa do Palácio do Planalto ao lado de cada um de vocês, subirei essa rampa de mãos dadas com Marconi para iniciamos o grande trabalho de transformação e desenvolvimento do seu Estado”. Na semana passada, em Porto Alegre, ele também prometeu subir a rampa de “mãos dadas” com José Ivo Sartori, candidato do PMDB ao governo gaúcho.