Do NE10
Entre os pernambucanos indicados à 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira (PMB), realizado na noite de ontem, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Almério foi o grande consagrado. Logo antes da apresentação antológica, comedida e emocionante, de Maria Bethânia ao lado do irmão Caetano Veloso e dos sobrinhos Zeca, Moreno e Tom, interpretando Pérola Negra, as mestres de cerimônia Camila Pitanga e Debora Bloch anunciavam: o caruaruense é o dono do título Cantor Revelação na mais importante premiação da música brasileira.
No ano em que homenageia Luiz Melodia, morto ano passado, o PMB teve Almério concorrendo também noutra categoria: a de Melhor Cantor Pop. Disputou com os veteranos Lulu Santos e Chico César. Com um elogiado disco recente em que relê o repertório de Rita Lee, Lulu acabou ganhando.
A primeira categoria anunciada durante a cerimônia foi justamente a de Melhor Álbum Eletrônico. Mas Frevotron, projeto de Yuri Queiroga, Spok e DJ Dolores, indicado na categoria, acabou não levando. O prêmio ficou com Sintetiza Amor, álbum de João Donato e de seu filho Donatinho.
Na categoria Melhor Cantor de Canção Popular, o pernambucano Tibério Azul concorria com ninguém menos que o rei Roberto Carlos. Com seu elogiado álbum Líquido, Azul acabou não levando o prêmio do júri, que escolheu mesmo O Rei. Já dono numa edição anterior do título de Revelação, Johnny Hooker acabou não ganhando na categoria de Melhor Álbum de Canção Popular. O título ficou com o grupo As Bahias e a Cozinha Mineira. Mais cedo, no entanto, as integrantes do grupo disseram que, se ganhassem, dividiriam o prêmio Hooker – eles têm planos de gravar algo juntos. “Sofri uma depressão muito forte quando estava fazendo esse disco. Estar aqui, comemorando isso, bom da cabeça, é uma grande vitória”, disse, logo antes da cerimônia, para a TV, Hooker.
Com o elogiado álbum de releituras de clássicos do pop mundial e da MPB, Radiola NZ V.2 , a Nação Zumbi também concorria na categoria de Melhor Grupo de Pop/Rock. Mas a premiação acabou nas mãos dos veteranos Novos Baianos, de novo na estrada com repertório do antológico álbum Acabou Chorare. Caravanas, de Chico Buarque, concorria a Melhor Álbum de MPB, prêmio que ficou com João Bosco pelo seu Mano, que Zoeira.
Entre os números inesquecíveis da noite, entram para história a diva Áurea Martins e a nova Xênia França no dueto de Juventude Transviada e Baby do Brasil, numa interpretação definitiva de Magrelinha.