Após suspender investigação, Gilmar manda PF devolver celulares a diretores da FGV

Jorge Brandão - 21.11.2022 às 13:25h
Foto: Sérgio Lima

Um dia após suspender as investigações sobre fraudes e corrupção na Fundação Getúlio Vargas, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes determinou a “imediata” devolução de bens apreendidos a diretores da instituição de ensino.

Segundo apurou o Estadão, entre os bens a serem devolvidos, estão valores em moeda estrangeira e de ouro, celulares e computadores que seriam essenciais para aprofundar as investigações.

A determinação atende a pedidos de diretores da FGV após advogados procurarem a Justiça Federal do Rio, um desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 2ª Região e a Polícia Federal no Rio. Eles buscaram reaver estes itens após a decisão desta sexta-feira, 18, que suspendeu o inquérito. Em todas as instâncias o pedido foi rejeitado.

Em despacho, o ministro determinou que o Diretor-Geral da PF “trate de trate de fazer a Superintendência da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro cumprir a Decisão Monocrática lavrada na data de ontem, sem prejuízo de apuração da responsabilidade penal e administrativa das autoridades recalcitrantes”, em uma menção a possível investigação dos agentes que negaram a devolução do material.

Gilmar ainda afirmou perceber com “perplexidade que a Polícia Federal do Rio de Janeiro deflagrou inusitado incidente na execução de um mandado judicial”. “A mesma senda foi curiosamente trilhada na Justiça Federal do Rio de Janeiro, cujos autos revelam um Ministério Público na paradoxal posição de quem tece um juízo de contracautela em relação ao mandado em referência; e um magistrado plantonista negando cumprimento à ordem ao argumento de ausência de demonstração da urgência e do perigo de dano”.