Semana agitada na politica nacional, convenções e acordos entre os partidos para formarem os territórios eleitorais, alianças formadas, candidaturas confirmadas, porém, o que mais chama a atenção é a prática da velha política brasileira, baseada nos acordões, nos quais ao mesmo tenta-se construir um discurso de modernidade.
Os destaques da semana eu julgo como os mais significativos: às confirmações de Ciro Gomes, Bolsonaro e Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos e Álvaro Dias, contudo, destaco para uma reflexão neste espaço os dois primeiros pelas incoerências apresentadas, pelo pragmatismo e um fisiologismo que caracteriza muito bem esses postulantes ao Palácio do Planalto.
Começo a reflexão com o candidato que julgo ser o mais fraco eleitoralmente, Geraldo Alckmin… Depois da confirmação de apoio do Pseudo “Centrão”, o peesedebista ganha musculatura que dias atrás tornava o Alckmin como um simples candidato que não ultrapassou os 10% nas intenções de voto, e até o momento continua com um dígito.
O que muda agora com o Centrão é que cada vez mais o PSDB vai ter que ceder e fazer de forma aprofundada àquilo que sempre fez: acordões e mais acordões, dentro dessa possibilidade a notícia que mais me chamou atenção foi novamente Alckmin oferecer um cargo ao atual presidente para que o mesmo possa ter o cobiçado foro privilegiado e em troca do apoio do MDB, como se não bastasse e prevendo também uma derrota do presidenciável do PSDB, a cúpula do partido também costura um acordão para caso vitória de Joao Doria ao governo do estado de São Paulo esse acordo seria efetivado da mesma forma.
É esse tipo de manobra explicita que faz com que a população cada vez mais perca o encanto com a política, o PSDB as chances reais de chegar à presidência implodida quando veio à tona o escândalo envolvendo o principal candidato. Alckmin hoje sofre por não ter um quadro nacional competitivo e dessa forma lhes restam os famigerados acordos, tendo como principal objetivo um interesse eleitoreiro deixando longe cada vez mais um projeto de nação, assim foi e assim vem sendo o PSDB.
O segundo postulante e que a meu ver tem mais possibilidades de crescimento no decorrer da campanha é Ciro Gomes. A condição de bom orador, domínio e desenvoltura em quase todos os assuntos lhe permite acreditar que as perspectivas de chegar ao segundo turno tornam-se reais. Ciro Gomes é um político antigo, com ideias reformistas e que não pretende fazer nenhuma ruptura (ou seja, que a elite econômica brasileira não se preocupe), é com esse pensamento que o presidenciável buscou aliança também com o Pseudo “Centrão” chegando ao absurdo de um dos seus articulistas afirmar que o DEM era um partido de centro-esquerda e isso viabilizava uma aliança, percebemos que mesmo com toda pompa de intelectual-progressista o Ciro é mais um candidato que na pior das hipóteses, para os agentes do mercado, não causará danos ao status quo da elite nacional.
Outro aspecto que pode a qualquer momento acabar com as chances de Ciro é o temperamento que em momentos oportunos acaba proferido frases criando um fator negativo para as pretensões. Esse aspecto depende muito mais do próprio presidencial do que a fatores externos, e é ai o problema, antes de tudo Ciro Gomes tem que vencer ao seu próprio comportamento. Na próxima semana trarei uma reflexão/análise sobre o Bolsonaro e Lula.
*Alberes Silva é professor