Belém de Maria:MPPE encerra’Operação Pulverização’com a desarticulação de quadrilha

Mário Flávio - 14.09.2016 às 08:44h


Do Portal PE10 

Depois de 436 dias de investigações o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) está concluindo o relatório final da Operação Pulverização, que prendeu e denunciou integrantes de uma organização criminosa que desviou cerca de R$ 9,7 milhões dos cofres do município de Belém de Maria na Mata Sul. Os réus estão sendo acusados por práticas como organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e, no caso do prefeito Valdeci José dos Santos(Tio Correia) e da vice-prefeita Maria Amália Silva do Egito, crime de responsabilidade de apropriação de bens ou rendas públicas ou desvio em proveito próprio ou alheio.

Segundo os integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do MPPE (Gaeco), os valores comprovadamente desviados pelo esquema criminoso somam R$ 9.745.415,98. Foram expedidos, ao todo, 19 mandados de prisão requeridos pelo MPPE e deferidos pela Justiça, que resultaram na captura de praticamente todos os acusados, já que o único que permanece foragido da Justiça é o ex-secretário de Educação de Belém de Maria.

“Estamos na fase final das investigações, que já levaram à propositura de várias ações civis e criminais contra os acusados. Do ponto de vista do Gaeco, a Operação Pulverização já deu resultado, porque estancou a sangria dos recursos públicos promovida pelo grupo de investigados. O trabalho do Gaeco, que é investigar os acusados, reunir provas e indícios da materialidade dos crimes e buscar a punição dos responsáveis, foi feito”, destacou o coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Ricardo Lapenda.

Outro ponto que contribuiu para Operação Pulverização foi a conjunção de interesses entre o MPPE e as Polícias Civil e Militar. Segundo os integrantes do Gaeco, os órgãos públicos cooperaram e foram responsáveis pelo sucesso da operação. “Sem a participação das polícias não teríamos conseguido um resultado tão decisivo. Talvez essa tenha sido a operação mais ampla já realizada pelo MPPE no Estado de Pernambuco, do ponto de vista do número de acusados e do efetivo mobilizado”, afirmou o promotor de Justiça Frederico Magalhães.

As provas produzidas pelo trabalho investigativo do MPPE incluem registros obtidos por meio da quebra de sigilo bancário, que permitiram caracterizar o fluxo do dinheiro; depoimentos dos acusados presos durante as duas etapas da operação; e informações obtidas a partir de documentos e computadores apreendidos.

 “O promotor natural assume as ações criminais e as ações de improbidade administrativa, com base em todas as provas produzidas pela investigação do Gaeco. No caso do prefeito, que tem foro privilegiado, a Procuradoria Geral de Justiça é quem tem a atribuição para denunciá-lo. Sabemos que a apreciação das ações, o julgamento e posterior punição dos acusados pode ter um curso prolongado, já que são muitas informações juntadas ao procedimento, muito material para ser apresentado à Justiça e muitos envolvidos”, complementou Frederico Magalhães.