Brasil chega dividido na eleição mais disputada desde 1989

Mário Flávio - 26.10.2014 às 07:36h

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Do Jornal O Globo

O Brasil vai às urnas dividido neste domingo. Depois de 111 dias de campanha eleitoral, marcada por reviravoltas nas pesquisas e a morte de Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) agora só podem esperar pela escolha da maioria do eleitorado. Das 8h às 17h, 142,8 milhões de brasileiros vão decidir quem será o próximo presidente da República.

No primeiro turno, excluindo os votos brancos e nulos, a candidata petista teve 41,6% da preferência (43,2 milhões de votos), contra 33,6% do tucano (34,8 milhões de votos). A votação surpreendeu, já que a candidata do PSB, Marina Silva, que aparecia empatada tecnicamente com Aécio, ficou em terceiro lugar, com 21,3% da preferência (22,1 milhões de votos).

Para o segundo turno, as últimas pesquisas divulgadas ontem mostraram que o brasileiro deverá ter que esperar até o último minuto para saber quem assumirá o país em janeiro de 2015. Diante dos novos números, aumentou ainda mais a dúvida na preferência entre a petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves. Uma redução na diferença das intenções de voto embolou novamente o cenário eleitoral. No Ibope, a petista continua na liderança, mas a vantagem, que era de oito pontos percentuais na quinta-feira passada, caiu para seis. No Datafolha, que voltou a indicar empate técnico, a distância entre os presidenciáveis passou de seis para quatro pontos. Enquanto o Ibope registrou 49% para Dilma e 43% para Aécio, no Datafolha a petista apareceu com 46% e o tucano, 43% das intenções.

A expectativa é que o resultado da eleição para presidente seja anunciado por volta das 20h. O horário de verão vai atrasar o início da divulgação da apuração dos votos. A previsão do Tribunal Superior Eleitoral é que seja concluída às 19h30 do horário de Brasília, mas a divulgação do resultado só vai acontecer depois das 20h por causa da votação no Acre, que só acabará às 20h (17h do horário local).

Além da disputa presidencial, 13 estados e o Distrito Federal escolhem hoje os governadores. No Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) enfrenta Marcelo Crivella (PRB), que superou a candidatura de Anthony Garotinho (PR) e ficou em segundo lugar no primeiro turno, contrariando as pesquisas eleitorais.

Aécio conseguiu amplo arco de alianças para enfrentar Dilma no segundo turno e comparou a união de candidatos derrotados no primeiro turno com a frente liderada por seu avô, Tancredo Neves, durante a redemocratização do país. Além dos nanicos, como Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB), também ganhou o apoio de Marina Silva (PSB).

A presidente Dilma Rousseff manteve o apoio de nove partidos da coligação feita antes do primeiro turno.