Coluna da quinta: A aposta de Raquel em ir para o PSD

Mário Flávio - 06.03.2025 às 07:08h

A decisão da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, de deixar o PSDB após nove anos e filiar-se ao PSD, partido liderado por Gilberto Kassab, apresenta uma série de aspectos positivos e negativos que podem impactar sua trajetória política e a dinâmica partidária no estado.

Bônus:
• Fortalecimento Político: O PSD tem se consolidado como uma das principais forças políticas no Brasil, com expressiva representação nacional. A filiação ao partido pode proporcionar a Raquel Lyra uma estrutura partidária mais robusta, ampliando seu acesso a recursos e tempo de televisão, fatores essenciais para campanhas eleitorais futuras, já que ela vai disputar à reeleição ano que vem.
• Alinhamento com o Governo Federal: O PSD integra a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o PSDB adotou uma postura de oposição. A mudança de partido alinha Raquel Lyra ao governo federal, facilitando a obtenção de investimentos e parcerias que beneficiem Pernambuco. Além disso, Lula pode ter dois palanques em Pernambuco ano que vem e isso evitaria ele pedir votos apenas para João Campos. Mesmo numa queda de avaliação no estado, Lula ainda influencia muito na região.
• Autonomia Partidária Estadual: Com a filiação ao PSD, Raquel Lyra deve assumir a presidência do diretório estadual, permitindo-lhe maior controle sobre as diretrizes partidárias em Pernambuco e a possibilidade de atrair lideranças locais para fortalecer sua base política e montar um palanque robusto na disputa reeleição. Sem falar que apenas em Pernambuco o PSDB segue forte no Brasil.

Ônus:
• Perda de Identidade Partidária: Após uma longa trajetória no PSDB, partido pelo qual foi eleita prefeita de Caruaru e governadora de Pernambuco, a mudança pode ser vista como uma quebra de identidade política, o que pode gerar questionamentos sobre sua coerência ideológica. Como o partido é a essência do chamado centrão, pode mudar os rumos nacionais a qualquer momento e isso pode gerar uma futura dor de cabeça para Raquel no futuro.

Desafios Internos no Novo Partido: Embora o PSD ofereça uma estrutura mais robusta, a governadora terá que lidar com as dinâmicas internas de uma nova legenda, o que pode demandar tempo e negociação para consolidar sua liderança e implementar suas agendas.
• Reação dos Eleitores e Aliados: A mudança de partido pode gerar reações adversas entre eleitores e aliados que se identificavam com o PSDB. Será necessário um trabalho de comunicação eficaz para explicar os motivos da transição e manter o apoio de sua base eleitoral.

Em suma, a migração de Raquel Lyra para o PSD representa uma estratégia para fortalecer sua posição política e administrativa, alinhando-se ao governo federal e buscando maior autonomia partidária no estado. No entanto, essa decisão também traz desafios relacionados à adaptação a uma nova estrutura partidária e à necessidade de manter a confiança de seus eleitores e aliados. A conferir.