A iminente reforma ministerial do governo Lula abre espaço para uma reorganização política que pode trazer mais eficiência à gestão. Entre os nomes que merecem um papel de maior relevância, destaca-se André de Paula. Atualmente à frente do discreto Ministério da Pesca e Aquicultura, o pernambucano tem credenciais para assumir uma pasta mais robusta e estratégica dentro do governo.

Não se trata apenas de garantir espaço ao PSD, partido que tem sido um aliado importante na governabilidade, mas de reconhecer a trajetória de um político experiente, com nome limpo e capacidade de articulação diferenciada. Em um governo que enfrenta dificuldades para consolidar apoios no Congresso e que busca uma nova forma de fazer política, André de Paula se encaixa perfeitamente no perfil de um ministro que pode agregar, pacificar e viabilizar consensos.

Com décadas de atuação parlamentar e trânsito livre entre diferentes correntes políticas, ele tem muito mais a oferecer do que o espaço limitado da Pesca. Seu perfil técnico e conciliador poderia ser melhor aproveitado em pastas estratégicas para o diálogo com o Legislativo ou para setores de grande impacto nacional. A questão que se impõe é: por que manter um quadro desse nível em uma função secundária, quando o governo precisa justamente de políticos experientes para fortalecer sua base e destravar pautas essenciais?

A reforma ministerial não pode ser apenas um rearranjo de cadeiras para acomodar aliados. Deve ser uma oportunidade para fortalecer a gestão com lideranças preparadas para os desafios do país. E André de Paula, sem dúvida, merece um papel de maior destaque.