A conversa após a eleição é uma só: houve uma grande compra de votos na eleição desse ano. Desde que o pleito findou já entrevistei cinco vereadores eleitos e dois que não conseguiram renovar o mandato e todos confirmaram que essa prática nefasta esteve presente na eleição de 2012 e a maioria garantiu que foi prejudicada pela questão.
O problema é que mesmo sabendo de tais práticas, achar uma pessoa que comprou ou vende o voto é mais difícil do que encontrar pernas em cobras. Esse tipo de eleição, que hoje concede um mandato a um vereador, pode tirar o mesmo de mandatos vindouros, sem falar que deixa o político desmoralizado diante do eleitorado e dos formadores de opinião.
A pergunta que fica é por qual motivo se existiu a compra de votos ninguém quis denunciar? A resposta é simples, essa situação é tida como corriqueira no meio político, por isso que todos afirmam que foram vítima da prática, mas difícil é encontrar quem assuma que comprou o voto.
Pelas histórias que ouvimos o voto valeu 50, 70 e até 150 reais. Se fizermos as contas, um vereador que teve 3000 votos gastou o dobro do que ele vai receber nos quatro anos de Câmara. Essa matemática é complicada e deixa a sensação que só assim é possível conseguir um mandato. Lembrando que muitos afirmam terem sido eleitos na base de campanhas franciscanas e garantem que vão honrar o mandato.