Copom baixa juro básico para 3,75% ao ano em meio à crise do coronavírus

Mário Flávio - 18.03.2020 às 18:38h

Do G1

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros da economia brasileira de 4,25% para 3,75% ao ano. A decisão foi unânime.

Com a redução, o juro básico recuou ao menor patamar desde 1999 – quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. Em pesquisa realizada na semana passada pelo BC, a maior parte do mercado projetava um corte menor nos juros, para 4% ao ano.

A decisão do BC, tomada em meio à crise gerada pela pandemia do coronavírus, segue o exemplo de outros bancos centrais do mundo, como o Federal Reserve (BC norte-americano) e o Banco da Inglaterra.

O anúncio do Banco Central cita, como fatores que compõem o cenário econômico atual:

  • a “desaceleração significativa do crescimento global”,
  • a queda dos preços das commodities;
  • o “aumento da volatividade nos preços de ativos financeiros”,
  • e os impactos futuros do coronavírus na economia – que, segundo o BC, ainda não estão refletidos nos dados mais recentes da atividade econômica brasileira.

O comunicado fala em “cautela” na condução da política monetária, mas não descarta que os juros básicos da economia caiam ainda mais, a depender da conjuntura.

“O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos”, diz a nota do conselho.

“O Banco Central do Brasil ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual.”

Nesta terça (17), o governo federal informou que pedirá ao Congresso Nacional para reconhecer estado de calamidade pública. A medida, na prática, autorizará o Poder Executivo a não cumprir a meta fiscal deste ano, que prevê déficit fiscal de R$ 124,1 bilhões.