CPI do Assédio Eleitoral deve começar no Senado após eleição

Lucas Medeiros - 25.10.2022 às 20:25h

Do UOL

(Imagem: Jefferson Rudy/ Agência Senado)

Senadores da oposição ao governo Jair Bolsonaro atingiram o número mínimo de assinaturas para a instalação da CPI do Assédio Eleitoral, nesta terça (25). Com o aval do presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD), a instalação deve ficar para depois das eleições.

Até esta terça, o Ministério Público do Trabalho recebeu 1.435 denúncias de assédio eleitoral em 1.074 empresas. O número é quase sete vezes maior que o total da eleição de 2018, sendo que ainda faltam cinco dias para o segundo turno.

Acabamos de fechar o número mínimo de 27 assinaturas com líderes e senadores do PT, PSD, Podemos, PSB, MDB, PDT, PSDB, Pros e Cidadania“, afirmou o líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT). Já são 28, com a expectativa de que chegue a, pelo menos, 30. A lista está no final deste texto.

Prates avalia que o Ministério Público do Trabalho e a Justiça Eleitoral vêm desempenhando um papel fundamental de apurar denúncias e punir os responsáveis, mas a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito é importante para verificar se há comando centralizado dessas ações e o envolvimento de políticos.

O autor da proposta senador Alexandre Silveira (PSD) faz coro com o líder da minoria em seu documento. Para ele, apesar de o Poder Judiciário estar envolvido na apuração dos crimes, faz-se necessário o esforço conjunto de todos os órgãos de controle da sociedade para “investigar a questão a fundo” e levar a uma “punição exemplar dos envolvidos“.

O escopo da CPI é “apurar denúncias de assédio eleitoral por parte de empresários, gerentes de empresas e até mesmo prefeitos municipais que ameaçam trabalhadores e trabalhadoras, exigindo ou induzindo a que votem no presidente Jair Bolsonaro, ou ainda oferecendo prêmios ou recompensas para quem assim o fizer“.

Silveira reforça que, assim como ocorre no assédio sexual ou moral, “o assediador eleitoral se vale de sua condição de superior hierárquico para constranger seus subordinados a se curvar a seus interesses“.

Já o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede), que atuou com os outros dois na coleta de assinaturas, avalia que “a CPI propiciará a oportunidade de se convocar alguns autores emblemáticos desta prática execrável, e até de se chegar aos mentores e líderes deste procedimento que joga contra a democracia e a liberdade do voto