Deputado do PSB diz que Bolsonaro vai criar terremoto fiscal com anúncio de novas medidas

Mário Flávio - 07.11.2019 às 10:25h

O deputado Isaltino Nascimento trouxe para discussão no plenário da Alepe o mega pacote de medidas econômicas enviado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional. “Corte de salários, suspensão de concurso públicos, extinção de municípios e desobrigação com gastos públicos no orçamento previstos nesse pacote foram abordados”, disse.

“Esse terremoto proposto pela equipe econômica de Bolsonaro despreza completamente o social. Há uma ausência de agenda para quem mais precisa do Estado”, ressalta Isaltino. “O IBGE divulgou que existem no Brasil 13,5 milhões de miseráveis. Isso é recorde e o governo não fala de distribuição de renda e geração de emprego”, complementa.

Isaltino analisa as medidas propostas e diz que o pacote garante dinheiro para os ricos. Ele citou também o mal exemplo do Chile, que deve servir de alerta para os brasileiros. “Deram prioridade à agenda econômica e hoje a sociedade colhe os impactos negativos”.

A extinção de mais de mil cidades brasileiras com menos de 5 mil habitantes também foi abordada no plenário. O deputado estadual Fabrizio Ferraz (PHS) fez um aparte mostrando preocupação sobre a situação do município de Itacuruba, no sertão do Estado. “No ano de 1988, quando Itacuruba foi inundada pela represa da barragem de Itaparica construída pelo Governo Federal, a cidade possuía cerca de 17 mil habitantes. Hoje o município possui 4.900 moradores. Os demais mudaram para outras terras do Estado na época. Não vejo com bons olhos essa iniciativa”, explicou Fabrizio.

“Essa proposta de desobrigar gastos com saúde e educação chega a ser cruel. A Constituição de 88 previu esse dever não por acaso”, discursa no plenário Isaltino. Ele ressalta que as mudanças advindas com a Constituição foi um divisor de águas no Brasil, por meio da implementação do SUS e das obrigações orçamentárias nessas áreas tão caras para a população. “O Governo Federal enxerga os percentuais da Educação e da Saúde como gastos e não como investimentos. É um erro”, pontua.