Uma política marcada pela tradição e com grupos bem demarcados. Assim é Caruaru. Se temos três setores fortes há pelo menos quatro décadas, o espaço para negros ainda é restrito na política local. Basta analisar os cargos ocupados por políticos locais. Dos atuais 23 vereadores da cidade, que foram eleitos em 2012, apenas três são negros, mas nenhum deles tem como pauta a defesa dos direitos dessa minoria na Casa Jornalista José Carlos Florêncio.
No secretariado municipal o espaço ainda é mais restrito, cabendo a uma diretoria na Participação Social o local para reivindicações dos negros. As nossas poucas vagas na Alepe também contam com poucos representantes. Na história de Caruaru, nenhum negro foi eleito para a Assembleia, o mesmo ocorrendo para a Câmara Federal. Na disputa pela prefeitura da cidade, a história também mostra que temos poucos espaços.
Nos últimos 40 anos o único negro a assumir um mandato tampão foi Manoel Teixeira. Ele que tinha por ironia a alcunha de Neguinho Teixeira, terminou o mandato de forma melancólica é praticamente não é nem lembrado como ex-prefeito da cidade. Após essas poucas palavras resta a reflexão para os eleitores de Caruaru. Será que não temos candidatos negros para nos representante nos poderes executivos e legislativos
Claro que temos. Mas ainda estamos numa cidade carregada de preconceitos. A eleição de 2016 pode ser o início dessa correção histórica.