A presidenta Dilma anunciou a manutenção da redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos até o dia 31 de dezembro, com a perspectiva de um novo prazo para esse tipo de ação ser estendida até a meados de 2013. A decisão, muito comemorada pelo setor automobilístico e por consumidores, vira uma dor de cabeça para prefeitos eleitos, que vão administrar verdadeiras massas falidas a partir de janeiro.

Há seis meses, para evitar que as montadoras de automóveis promovam demissões, o Governo estimula a venda de carros novos mediante a isenção do IPI. O imposto é um dos principais componentes do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com a redução dos impostos, o Governo Federal arrecadou menos, diminuiu os repasses e faltou dinheiro para as prefeituras. Por todo o Estado, as prefeituras enfrentam dificuldades financeiras porque têm recebido menos dinheiro do FPM, a principal fonte de renda de 70% delas. Em cada uma, além de atraso no pagamento, problemas diferentes foram encontrados, mas a explicação foi sempre a mesma: a arrecadação menor da prefeitura. O IPI reduzido causou a queda nos repasses aos municípios de 30%, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional.

No próximo dia 13, gestores municipais desembarcam em Brasília para uma nova marcha já com audiência agendada com a presidenta. Situação que não deve adiantar de muita coisa. Dilma se mostra irredutível na questão e devido ao nível de aprovação da petista, quase nenhum prefeito ou deputado tem a coragem de criticar Dilma publicamente. A saída pode ser a discussão do novo Pacto Federativo, proposto pelo governador Eduardo Campos (PSB). O problema é que essa proposta está sendo tratada como a principal bandeira de campanha de Eduardo para um voo nacional. Os prefeitos aguardam por liberação de mais dinheiro e devem enxugar a máquina, já que a maioria reclama, mas abarrota a prefeitura de comissionados.

Diante dessa dificuldade