Do ceu de brigadeiro em Caruaru para a oposição ferrenha no Palácio do Campo das Princesas

Mário Flávio - 02.02.2024 às 07:20h

A jornada política de Raquel Lyra, que anteriormente encontrou uma gestão tranquila como prefeita de Caruaru, agora enfrenta águas turbulentas ao comandar o Palácio do Campo das Princesas em Pernambuco. Se na Capital do Agreste, ela usufruía de uma maioria sólida na Câmara e enfrentava pouca oposição, a realidade na Assembleia Legislativa revela um cenário inédito para a governadora.

A mudança de Caruaru para o governo estadual trouxe consigo desafios antes desconhecidos por Raquel Lyra. Enquanto prefeita, a ausência de uma oposição expressiva proporcionava uma administração mais tranquila. No entanto, na Assembleia, ela se depara com uma oposição robusta, encabeçada pelo PT, PSB e PSOL, que contestam suas políticas e buscam influenciar as decisões legislativas. Soma-se a isso o deputado Alberto Feitosa, do PL e outros mais discretos, que evitam se posicionar abertamete.

A delicada relação com o presidente da Assembleia, Álvaro Porto, acrescenta mais complexidade ao cenário. Mesmo pertencendo ao mesmo partido, o PSDB, Raquel e Porto têm divergências evidentes, demonstrando que as afinidades partidárias não são suficientes para garantir a harmonia política. Os embates entre ambos sinalizam um terreno político onde as alianças e desacordos internos se desenham de maneira imprevisível.

Os ajustes necessários para lidar com uma oposição vigorosa e as nuances da relação com Álvaro Porto representam um teste considerável para a governadora, demonstrando que a trajetória na política estadual exige estratégias distintas daquelas vivenciadas nos anos de prefeitura em Caruaru. A adaptação a esse contexto, caracterizado pela complexidade e pela diversidade de interesses, se configura como um desafio constante para Raquel Lyra enquanto lidera o governo do estado.