Doutor em Economia acredita em recuperação após vacinação

Mário Flávio - 27.08.2021 às 12:25h

Na entrevista desta quinta-feira (26) o professor Marco Aurélio Freire recebeu a presença do Doutor em Finanças Ricardo Galvão. Ele é especialista em finanças e veio ao cidade entrevista para bater um papo sobre a situação da economia como um todo. Começou falando que por causa da pandemia a maioria dos países inundou o mercado com dinheiro (liquidez de moeda) e embora isso foi necessário naquele momento, agora na retomada o fenômeno que resulta é a inflação.

Então para ele, a inflação atual não é uma questão localizada ou apenas brasileira e sim mundial. Outro problema para explicar a situação é que muitas cadeias produtivas ficaram paradas por falta de matéria prima e isso impactou demais a indústria e o restante da economia como um todo. Por isso muitos setores estão voltando com força mas alguns estão sofrendo por mais tempo, é a famosa recuperação em K (KÁ).

Sobre o aumento dos combustíveis, Ricardo explica que por o petróleo ser cotado em dólar, isso implica em um repasse de custos da própria produção. O país produz petróleo, mas precisa importar gasolina e como a moeda americana está muito valorizada, a consequência é um aumento de preços. E quando junta isso com o custo Brasil (impostos, distribuição, crise política etc) a tendência é que os preços estabilizem num patamar alto, pelo menos até o final do ano.

Olhando para a economia local, o professor entende que embora seja muito empreendedora e dinâmica, depende, assim como todo o nordeste, da entrada de recursos por meio de transferência direta. Ou seja, se os auxílios governamentais aumentarem o dinheiro circula mais e a nossa economia ganhará com isso.

Quanto ao cenário político, Ricardo entende que os investidores têm muito receio de inserir recursos no Brasil principalmente porque qualquer investimento precisa de tempo para maturar e no momento atual os sinais vindos da política não dão segurança jurídica a quem pode investir, justamente pela falta de confiança na questão das contas públicas.

Sobre as eleições, Ricardo entende que ela já está atrapalhando o equilíbrio da economia. Isso porque os grupos políticos em disputa, precisariam fazer uma reedição da Carta aos Brasileiros que Lula fez em 2002. Ele entende que todos os principais grupos políticos tiveram compromisso com o tripé macroeconômico, mas também todos eles deixaram de cumprir isso em algum momento, e portanto, falta confiança ao mercado, que acham que os candidatos precisam adotar a ortodoxia econômica.