A oposição é salutar em qualquer cidade, estado ou poder legislativo. Essa bancada, por menor que seja, ajuda aos governantes a melhorarem a gestão e não deixam gerar a sensação de acomodação. No entanto, desde que o atual prefeito, Rodrigo Pinheiro (PSDB), assumiu, que a oposição foi praticamente dissolvida.

Na Câmara de Caruaru, a bancada era pequena, mas barulhenta. O governo Raquel Lyra (PSDB) sofria críticas e a tucana era cobrada diariamente por Fagner Fernandes (PDT), Cabo Cardoso (PP) e Perpétua Dantas (PSDB). O vereador Galego de Lajes (MDB) sempre teve uma posição mais branda e só se posicionava em ocasiões pontuais. Se voltarmos mais um pouco no tempo, basta lembrar que os ex-prefeitos Zé Queiroz e Tony Gel não tinham trégua dos opositores.

No entanto, de abril para cara cá, o que se vê no poder legislativo é um silêncio sobre vários assuntos e as cobranças só são feitas aos governos estadual e federal.

A bancada de oposição imitou a do governo e nem líder tem mais. Ninguém sabe mais quem faz parte da oposição. O mesmo ocorre na Assembleia e na Câmara Federal. Os deputados estaduais não cobram absolutamente nada do atual gestor de Carauru. Lembrando que o trio formado por Tony Gel (PSB), Zé Queiroz (PDT) e o Delegado Lessa (PP) foi alvo de críticas do próprio Rodrigo Pinheiro, que segundo ele, perderam a eleição por não terem feito nada nos últimos quatro anos. Apenas Tony rebateu a fala do prefeito e de forma branda.

No âmbito federal, Wolney Queiroz (PDT) e Fernando Rodolfo (PL) também parecem satisfeitos com a situação da cidade. Enquanto não é cobrado, o prefeito de Caruaru segue no céu de brigadeiro, sem nenhum tipo de cobrança dos políticos locais, o deixando solto para acreditar que a cidade não tem nenhum tipo de problema.

Será que tem?
Diariamente as emissoras de Rádio e Tv são bombardeadas por pedidos dos ouvintes com todos os tipos de reclamação. Seja a falta de estrutura, obras inacabadas ou atrasadas e falta de atenção do poder público com diversos setores. Então, problema tem e muito, pelo jeito o que existe é acomodação da oposição e até mesmo de aliados.

…Não é por fazer
Ser oposição não é o que vemos por aí do quanto pior melhor. Esse tipo de bancada ajuda ao governo e faz parte da democracia. O que falta é uma oposição propositiva. Esse conceito no Brasil ainda está bem longe de vingar, mas uma cidade com 350 mil habitantes, 23 vereadores, todo tipo de problema possível, não ter ninguém na oposição? Não é algo normal.

Sem adversário na oposição…
Se conseguir manter esse cenário, o atual prefeito de Caruaru vai para à reeleição praticamente sem adversário. Com os demais grupos políticos sem mandatos e lideranças sem tanta empolgação como em outrora, Pinheiro hoje não teria muito trabalho para montar uma chapa.

…Raquel
A grade dúvida é se a governadora-eleita vai manter um alinhamento político com Rodrigo Pinheiro. As demissões de vários aliados dela pelo atual prefeito não foram bem digeridas por Raquel. Nos bastidores todos sabem da insatisfação que a tucana tem em relação a essa situação.

O chapão…
A grande dúvida é como será montado o chapão do PSDB. Na eleição de 2018, Raquel levou a bancada de 18 vereadores para o PSDB. O resultado foi à reeleição de apenas 7 parlamentares e 10 ficaram sem mandato. Como praticamente não tem oposição, os vereadores devem serem distribuídos entre PSDB e Cidadania, mas como são uma Federação, l o chapão do governo terá 20 nomes buscando à reeleição?

…E as chapinhas?
Partidos como PL, PP, Republicanos e PT devem ter chapas em condição de eleger vereadores. Partidos de Lula e Bolsonaro devem se reorganizar na cidade e apresentar nomes competitivos para buscar uma vaga na Câmara Municipal e até indicar o vice de Rodrigo Pinheiro.

De volta para o MDB…
O deputado estadual Tony Gel deve voltar para o MDB. Ele disse em recente entrevista na Rádio Cidade que o partido já fez o convite e que deve reingressar na legenda ano que vem. Gel não diz publicamente, mas todos sabem que se arrependeu de ter deixado a legenda. A ida para o PSB acabou prejudicando ele, que perdeu votos dos eleitores mais conservadores.

…E o PSB?
O PSB segue enfraquecido em Caruaru. A legenda, que já teve Laura Gomes e Raquel Lyra eleitas para Assembleia e representaram a cidade, hoje não conta nem com representantes na Câmara. Candidato a prefeito pelo partido em 2020, Marcelo Gomes disse que a meta é organizar o partido para tentar voltar a ter um representante na Casa Jornalista José Carlos Florêncio.

Transição e treta…
A coordenadora da equipe de transição de Raquel Lyra, Priscilla Krause, segue com críticas ao núcleo de transição do governo Paulo Câmara. Priscila segue incomodada com falta de informações repassadas pelo PSB e vai acionando o próprio governo do estado e órgãos de controle. Já foram enviados 23 ofícios com pedidos de esclarecimentos.

…Na oposição
As reclamações de Krause empurram os partidos da base socialista para a oposição ao governo de Raquel. Lembrando que só o PSB tem uma bancada de 14 deputados, número considerável para ter uma oposição consistente. A conferir.