Editorial – PL tem que se organizar para crescer em Pernambuco

Mário Flávio - 16.11.2022 às 08:50h

O PL terminou a eleição com o resultado bom para Assembleia Legislativa e Câmara Federal, em Pernambuco. Foram eleitos cinco deputados estaduais e quatro federais. Bancadas com bons números de parlamentares e que devem adotar posições de independência no legislativo estadual e oposição na Câmara Federal.

Além disso, o partido precisa se organizar do ponto de vista dos diretórios locais, já de olho na eleição de 2024. Cidades importantes deram boas votações a Jair Bolsonaro, como é o caso do Recife, Caruaru, Jaboatão dos Guararapes e Santa Cruz do Capibaribe, única que o atual mandatário da nação venceu Lula no estado.

Lideranças novas precisam serem identificadas para que possam disputar a eleição e a legenda fazer nomes para Câmaras Municipais e prefeituras das cidades.

O voto conservador e principalmente o evangélico, nicho eleitoral, que Bolsonaro leva ampla vantagem, estará aberto para que nomes possam entrar na disputa em 2024.

No entanto, o PL passa por um problema de diversidade de foco nas pautas e falta de liderança que seja reconhecida pelos eleitores. Cada um pensando de um jeito não será fácil organizar a legenda e preparar a cama para a eleição 2024.

Vale lembrar ainda que existe uma disputa grande de poder dentro do próprio PL, numa guerra fria entre o presidente do partido no estado, Anderson Ferreira, Gilson Machado Neto e o grupo liderado pelo Coronel Alberto Feitosa. Potencial de votos o grupo tem, mas com cada um agindo de um jeito, será difícil organizar a legenda em Pernambuco. A conferir.

INDEPENDÊNCIA
Um exemplo da falta de unidade no discurso dentro do PL é o anúncio do deputado estadual Alberto Feitosa, que será independente em relação ao governo Raquel Lyra. Os outros três deputados não se posicionaram e esse assunto poderia ter sido feito em bloco.

NA TEORIA
Mesmo com essa falta de discurso unificado no PL, o partido não deve ser problema para Raquel Lyra. Votações a favor do governo devem ocorrer pela bancada, já que a maioria votou na tucana no segundo turno e não em Marília Arraes. A posição de neutralidade de Raquel em relação a Bolsonaro e Lula não incomodou aos Bolsonaristas.

REUNIÃO
Raquel Lyra reúne a bancada de deputados estaduais para quebrar o gelo. Ela fez o mesmo com os deputados federais semana passada e apresentou três prioridades iniciais do governo. Aos deputados estaduais ela deve mostrar que quer o diálogo aberto com todos e evitar desgaste com a bancada de oposição.

…A META
A meta é evitar os problemas que Raquel teve nos dois primeiros anos de governo na prefeitura de Caruaru. O relacionamento ruim com a Câmara rendeu algumas derrotas para Raquel, entre elas, a aprovação do empréstimo junto à Caixa. No ano seguinte, o documento foi aprovado e Raquel fez a obra da Via Parque. Um divisor de águas para a gestão.

BANCADA
A bancada do governo de Raquel na Assembleia deve ser formada entre 22 a 25 deputados. Devido a esse número, os tucanos não poderão ter uma relação difícil com a Assembleia, caso contrário, os projetos terão dificuldades para serem aprovados.

ELEIÇÃO
Raquel deve deixar os deputados a vontade em relação a eleição para a Mesa Diretora da Alepe. Se o futuro governo tentar interferir para eleger um aliado pode gerar problemas de relacionamento com parlamentares aliados e com posições de independência. É melhor prevenir que remediar, já diz aquele ditado popular.

MANIFESTAÇÕES
O feriado de Proclamação da República foi marcado por protestos contra o resultado das eleições em várias capitais e cidades do Brasil. Os manifestantes estão na rua desde 30 de outubro, quando foi declarada a derrota do Bolsonaro. Em várias cidades do país eles se reúnem e pedem pautas diversas. Mas sem dúvida o impedimento das pessoas de irem e virem como acontece no Recife, gera muita reclamação das pessoas. Os pedidos de intervenção também não são bem vistos.

…QUEM BANCA?
Os pontos das manifestações contam com pedidos de contribuição financeira por PIX, mas a maios parte da estrutura e da distribuição gratuita de café da manhã e almoço vêm de doações de empresários. Nos locais, o hino nacional vem sendo tocado e as pessoas vão se ajudando no que for preciso, desde que esteja alinhado com o pensamento do grupo.