
Já diz uma velha máxima do brasileiro: “ano só começa após o carnaval”. Em 2023, essa situação estará bem clara para a governadora Raquel Lyra (PSDB). Com a volta dos festejos de momo após dois anos, a tucana aproveitou o tempo para se dedicar à família e viajou com os filhos.
Tomou uma atitude certa, já que ainda vive o luto pela morte do marido, Fernando Lucena, e desde que assumiu a gestão, em 1º de janeiro, que não tinha passado dias dedicados às crianças.
O cargo foi repassado a vice-governadora e de extrema confiança de Raquel, Priscila Krause (Cidadania), que cumpriu os ritos pertinentes ao cargo durante os quatro dias de festa, nos quais esteve na função. Não houve intercorrências graves, a não ser aquelas que ocorrem durante todo o carnaval e já são de conhecimento de todos.
Com o fim do carnaval, o ‘Pernambuco’ de desafios e problemas está de volta e Raquel e Priscila terão realidades complicadas para serem resolvidas.
Não dá para ficar terceirizando a culpa para a gestão do PSB, da qual até outro dia a governadora fazia parte. Problemas como a infraestrutura rodoviária, saúde e desafogo da Região Metropolitana precisam serem urgentemente trabalhados. Soluções devem ser buscadas e a equipe de técnicos escalada por Raquel deve propor ideias para tirar do papel, obras como o arco metropolitano, criações de novos hospitais e as mais de 60 mil vagas de creches prometidas durante a campanha. Não se pode esquecer ainda o debate sobre a Transnordeetina, que pode sair e não vir mais para o Estado.
A relação com o funcionalismo público é outro dilema a ser enfrentado por Raquel. O começo, digamos assim, não foi bom e reclamações estão vindo de todas as partes. O Núcleo duro do governo tucano vai precisar trabalhar muito, já que os sindicatos são dominados pela esquerda e muitos não veem Raquel como possíveis parceira.
Outro desafio será a relação com os prefeitos. O carnaval deu uma prova de que o tão falado diálogo precisa ser melhor efetivado. Reclamação na demora do apoio da Empetur e falta de recursos para a realização de algumas festas foram feitas por opositores e aliados. Alguns evitaram falar publicamente, mas nos bastidores houve muita chiadeira, mas como uma espécie de crédito, devido a formação recente do governo, preferiram ficar pelas coxias.
Diante da eleição municipal ano que vem, Raquel terá os desafios de aumentar a base e ainda gerir um dos principais estados do Brasil, olhando pra frente e esquecer, pelo menos um pouco, o retrovisor, o que não é uma tarefa fácil.
Segurança…

Outro grande desafio é a segurança. Raquel terá um estado com uma força policial que precisa ser motivada. No carnaval, também apareceram reclamações dos valores das diárias pagas aos policiais e a quantidade do efetivo. Um concurso pode ser a solução para aumentar a quantidade de homens e mulheres nas Polícias Civil e Militar.
…Equipamentos
Também novos equipamentos precisam ser comprados para que aconteça o investimento, principalmente, no setor de inteligência das Polícias. Esse setor ajuda na elucidação dos crimes. Sem falar que pegou muito mal a denúncia no programa Fantástico de regalias para presos na Penitenciária de Caruaru.
PP na oposição a João Campos

O PP a cada dia mostra que vai mesmo para a oposição ao prefeito do Recife, João Campos. O vice-presidente da legenda no estado e deputado federal, Lula da Fonte, ironizou postagens do gestor da Capital sobre o carnaval. “Sem dúvida nenhuma. O carnaval e o lazer do nosso povo são muito importantes. Porém a dragagem do Rio Tejipió e o saneamento básico da nossa cidade, têm muito mais serventia para uma capital da magnitude do Recife. Como cidadão, sonho em uma cidade melhor, expetativa que não vem sendo correspondida pelo prefeito, que não tem responsabilidade condizente com o tamanho do nosso município”, disparou Lula.
…Na base de Raquel
Se segue em posição de independência em relação a João Campos, o mesmo não se pode dizer do governo Raquel Lyra. Nas vésperas da eleição da Mesa Diretora, a bancada do PP na Alepe anunciou que será situação. Mesmo com o partido não sendo contemplado na gestão tucana, como sempre foi no PSB de Paulo Câmara. O desfecho do PP em 2024 será um grande desafio. Parte dos vereadores na Câmara do Recife não seguem a posição de Lula da Fonte e diz que é base do governo socialista. O rolo é grande.
Gilson candidato…

O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto (PL), não trabalha com outra hipótese que não seja a disputa da prefeitura do Recufe em 2024. Aliados afirmam que se ele fosse o nome para o governo teria mais possibilidades que o ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, que ficou em terceiro lugar atrás de Raquel e Marília Arraes. Gilson disputou o senado e perdeu a vaga para Teresa Leitão. Ele quer defender a bandeira do Bolsonarismo na eleição do ano que vem na Capital Pernambucana e manter o nome em evidência para uma nova disputa em 2026.
E Zé também…

Já o ex-deputado Zé Queiroz (PDT) segue com agenda de candidato, mas para a eleição em Caruaru. Ele posta vídeos diários treinando para manter a forma e com reuniões ao lado de lideranças. Zé agora vai partir para o corpo a corpo e promover agendas na cidade e zona rural. Ele quer voltar a ser prefeito de Caruaru, cidade que já governou em quatro oportunidades. Ano que vem ele terá 82 anos, mas disse que segue em forma e motivado.
Expectativa…

É grande a expectativa do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), sobre a apuração do desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro. O tucano e uma grande comitiva da cidade, foram até a Marquês de Sapucaí, para ver de perto o desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel.
…Homenagem
O desfile fez referências ao Alto do Moura, mestre Vitalino e outros artesãos do local. O prefeito espera que a Mocidade fique pelo menos entre as cinco primeiras, para que um novo desfile aconteça no sábado. A apuração será marcada por tensão, já que segundo os especialistas, outras agremiações também fizeram bons desfiles. A conferir.