Do Congresso em Foco
Em votação em dois turnos, o PMDB definiu neste domingo o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como novo líder da bancada na Câmara. Ele venceu a disputa contra os colegas peemedebistas Sandro Mabel (GO) e Osmar Terra (RS). Com a vitória do parlamentar fluminense, integrantes do partido na Casa acreditam que as chances de Rose de Freitas (PMDB-ES) diminuem na disputa pela presidência. Cunha teve 46 votos, Mabel 32 e houve duas abstenções.
Durante a disputa pela liderança, Cunha teve alguns desentendimentos com Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que deixa a liderança hoje. Por isso, Alves passou a apoiar Mabel nos bastidores. Deputados comentam que, com o peemedebista fluminense no cargo, o partido teria maior independência com relação à cúpula partidária.
Henrique Eduardo Alves disse que, em sinal de respeito aos três candidatos, decidiu se abster da votação. Em rápido discurso antes da votação, não demonstrou apoio a nenhum dos candidatos, apesar de ter trabalhado nos bastidores pela eleição de Sandro Mabel.
O peemedebista goiano é considerado menos rebelde do que Cunha. No total, votaram 80 de 81 deputados. Somente Odílio Balbinotti (PMDB-PR) não compareceu à votação.Se Mabel vencesse, apontam deputados, a turma do deputado fluminense poderia despejar votos em Rose. Isso não deve acontecer.
Cunha vai assumir a bancada com suspeitas sob sua atuação. Ele é acusado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por usar, segundo a acusação, documentos falsos na tentativa – bem sucedida até o ano passado – de barrar uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro sobre irregularidades atribuídas à sua gestão no comando de uma estatal fluminense.