Mais um caso de morte de um recém-nascido no hospital municipal Bom Jesus, em Caruaru. A família acusa a unidade de negligência e diz que o bebê morreu por ter sido enforcado pelo cordão umbilical. Segundo o pai da criança, Sidraílton Sobral, de 20 anos, a informação foi repassada pelo médico de plantão no último sábado, que teria relatado a morte, após esposa dar a luz. No entanto, a família conta outra versão sobre o assunto e rebate o médico e usou como argumento, o laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que segundo ele, apontou outra causa para a morte.
“Cheguei a ver a criança e estava roxo. A minha esposa garante que o menino ao nascer respirava. O pior, o corpo foi encaminhado para o exame no Recife e ficou claro que ele não morreu por causa do cordão umbilical. A doutora lá apresentou que ele estava com uma marca roxa no crânio dele. A gente fica sem saber o que realmente ocorreu, mas não temos a menor dúvida que foi falta de competência e houve negligência. Será que não derrubaram o menino? O parto foi normal e fica esse desencontro de informações. No Recife, o médico garantiu que pelo cordão umbilical não foi. Ele explicou que os órgãos estavam todos limpos e não se caracterizava a morte por enforcamento”, disse.
O bebê iria se chamar Paulo Fernando de Oliveira e seria o primeiro filho de Sidraílton com Andrea de Oliveira Silva. O casal prestou queixa e aguarda as providências. “O que a minha esposa passou é muito triste. Ainda sofre bastante por causa disso e outras mães podem passar por isso e queremos que a Polícia investigue o caso para que a verdade apareça. Minha esposa está traumatizada, tiraram o bebê a ferro”, disse.
Sidraílton confirmou ainda que o pré-natal foi realizado com sucesso e nada de anormal foi apontado durante os meses da gestação e que todos os exames foram levados para a unidade hospitalar. Por meio de nota, a secretaria de Saúde lamentou o ocorrido e informou que a gestante deu entrada na Casa de Saúde na última sexta-feira (2), por volta das 7h 50 da manhã. Ela foi atendida pelo setor de triagem, que realizou o primeiro atendimento, seguindo o protocolo de classificação de risco em obstetrícia, quando foi definido seu internamento. A paciente ficou na sala de pré-parto para estimular o parto normal que ocorreu às 19h15. Aonde segundo a nota, durante a evolução do trabalho de parto, a mesma foi assistida pela equipe médica e de enfermagem do hospital. De acordo com a equipe médica, o bebê já nasceu morto (Natimorto). A própria direção da Casa de Saúde encaminhou o corpo ao SVO (Serviço de Verificação de Óbito). A Secretaria de Saúde ainda não sabe o motivo pelo qual o corpo do bebê foi encaminhado ao IML. Portanto, a Secretaria aguardará o resultado do laudo pericial do IML, que deverá ser divulgado nos próximos 15 dias, para a partir daí, abrir procedimento administrativo, se necessário.
MORTES – O histórico de mortes na unidade preocupa. Desde o ano de 2013, seis bebês e uma gestante perderam a vida no hospital.