Os empresários do Agreste e associações setoriais lideradas pelo Movimento Pró-Pernambuco (MPP) esperam uma reação mais forte da economia com a reabertura de bares, restaurantes, academias, escritórios, concessionárias e locadoras de veículos. A retomada desses segmentos – autorizada pelo Governo do Estado nesta quinta-feira (31/7) – acontece na próxima segunda-feira (3/8), no âmbito do avanço, da região, para a 6ª fase do Plano de Convivência com a Covid-19. Nos shoppings de Caruaru, a expectativa é de um incremento de 40% no fluxo de pessoas, como resultado da liberação para o funcionamento das praças de alimentação.

“Essas operações tem uma participação importantíssima na movimentação dos shoppings”, destaca o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic) e integrante do MPP, Luverson Ferreira. Ele também destaca o impacto positivo da reabertura de bares e restaurantes no mercado de trabalho, já que o polo gastronômico da cidade gera em torno de oito mil empregos diretos e indiretos.

Luverson Ferreira ressalta ainda a importância da retomada das academias, pois Caruaru é um dos polos fitness mais relevantes do interior do Estado, com a presença de grandes redes nacionais e dezenas de academias de bairro. “É um setor que cresceu muito nos últimos anos graças principalmente à expansão da nossa área de ensino superior, que atrai alunos de vários municípios vizinhos”, afirma.

O empresário acredita que o retorno do funcionamento desses setores vai reforçar o aquecimento que vem sendo registrado nas atividades econômicas da região. “Segmentos como a cadeia têxtil e da construção civil já apresentam sinais de incremento significativo dos negócios e começam a enfrentar problemas de desabastecimento de matérias-primas. As câmaras setoriais da Acic estão articulando soluções junto com as associações empresariais e esperamos resolver essa questão nos próximos 30 a 60 dias”, afirma.

Bares e restaurantes

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-Seccional Pernambuco (Abrasel-PE) e também integrante do MPP, André Araújo, avalia com ressalvas a retomada da cadeia na região. “A flexibilização nos traz um pouco de alívio, depois de um período longo em que só tínhamos autorização para delivery e drive thru. Além disso, temos uma grande integração com outros setores e uma ampliação das nossas operações gera um efeito em cadeia na economia”, ressalta.

No entanto, o horário de funcionamento determinado pelo Governo Estadual traz grande preocupação. “Temos que encerrar as atividades às 20h em todas as regiões onde tivemos permissão para reabrir, o que está decretando a falência de muitos estabelecimentos no Grande Recife. Nosso temor é que isso se repita no Agreste”, aponta. André Araújo defende que, segundo pesquisa nacional das operadoras de cartão de crédito, o horário de pico das vendas do setor é 20h às 22h. A ampliação do limite atual, para as 22h, tem sido negociada com o Governo de Pernambuco, mas sem sucesso até o momento.