Por meio do facebook a ex-secretária de Participação Social de Caruaru, Louise Caroline, lamentou a união das principais forças políticas de Caruaru em torno da candidatura de Aécio Neves. A petista que desde 2009 participa ativamente do governo pedetista classificou de esdrúxula a decisão de apoiar o tucano. No entanto, não houve menção aos indicados por ela em se manter no governo municipal. Segue abaixo o texto:

Tentei me conter para não tirar o foco do que é mais importante nesse momento: reeleger Dilma. Mas não consigo segurar sentimentos e convicções tão fortes dentro de mim, ainda mais quando o assunto é público. Portanto, preciso dizer: é lamentável e surpreendente que as quatro “grandes famílias políticas” de Caruaru tenham decidido se juntar em torno da candidatura de Aécio Neves.

Em primeiro lugar, porque esse candidato obteve menos de 10% dos votos na cidade no primeiro turno. Revela que os “representantes” não estão muito preocupados com a opinião dos “representados”.

Em segundo e mais importante lugar: com essa e decisão, evaporou a principal diferenciação entre os quatro grupos. Pois é fato que, apesar dos limites e das contradições, João e Raquel Lyra, Zé e Wolney Queiroz, Jorge e Laura Gomes, tinham uma história inequívoca de aliança com os setores populares e progressistas do país. Por isso que, como militante do PT, nunca tive dúvida na hora de escolher entre eles e a direita representada por Tony Gel e Miriam Lacerda. Não é que eles fossem a fiel reprodução de nossa ideologia, mas se colocaram sempre como uma opção sintonizada com nosso projeto nacional de inclusão social e libertação do Brasil das garras do conservadorismo privatista.

Ao abandonar décadas de história alinhada com o campo da esquerda desde a luta pela redemocratização, passando pelo apoio a Lula e Dilma em todas as eleições desde 1989, os Lyra, Queiroz e Gomes decepcionam milhares de caruaruenses e, sobretudo, entregam sua própria coerência ao palanque de Tony e Miriam. Mais que isso, associam-se às forças nacionais que sempre combateram, renegando todos os investimentos e prioridades dados por Lula e Dilma a Pernambuco e a Caruaru, preferindo o legado de exclusão, preconceito e elitismo representado pelo PSDB.

Tal posicionamento me causa profunda tristeza. Eu, que confiei e fiz campanha para Jorge em 2000, João em 2004 e Queiroz em 2008/2012, participando como Secretária deste governo até o mês de julho, quando pedi exoneração para me dedicar à campanha de Dilma, através de uma aliança que proporcionou importantes avanços para as pautas e sujeitos excluídos em Caruaru; realmente não consigo compreender – até porque não me foi explicado, como se faz um movimento tão brusco em um momento tão decisivo da vida do país.

Mas, como todo caos propulsiona mudanças, acredito que também se abre uma importante janela para a organização daqueles/as que se mantém firmes em defesa dos sonhos de uma cidade e um país de igualdades e que enxergam em Dilma, e no espectro político que ela representa, o melhor caminho para esses propósitos.

Mesmo sem apoio dos “grandes”, a campanha de Dilma aqui tem reunido muita gente disposta a somar sua grandeza ideológica nessa resistência e persistência por um Brasil cada vez melhor. Temos, com militância totalmente voluntária, argumentado com a população sobre como o Governo Federal promoveu os principais projetos que nos últimos 12 anos também têm transformado Caruaru: a chegada de Universidade e Instituto Técnico Federal; o financiamento dos equipamentos de saúde, calçamento e asfaltos; a geração de empregos; a construção de casas; as milhares de bolsas do PROUNI, PRONATEC; enfim, de cada 10 reais investidos em Caruaru, aproximadamente 7 têm o carimbo da Presidenta Dilma. Mais que o já feito, temos juntado gente em torno da certeza de que o próximo mandato de Dilma irá ampliar, aperfeiçoar e elevar ainda mais a qualidade de vida da nossa gente. Vamos pelo que será!

Deixemos para depois de domingo as necessárias avaliações do PT em Caruaru e em Pernambuco sobre como conduzir nossa atuação daqui por diante. Mais que tudo, confiemos na sabedoria da população que pela primeira vez no período democrático olha para suas principais lideranças e não as reconhece. Como escreveu Fernando Sabino: “Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança. Do medo uma escada. Do sonho uma ponte. Da procura um encontro!”. Agora é DILMA DE NOVO, com a força do POVO!