Financiamento da casa própria pode ficar até mais caro em 2023

Jorge Brandão - 03.02.2023 às 15:25h
Foto: Reprodução

O ano de 2023, a despeito dos juros ainda altos, deverá se consolidar como o terceiro melhor da série histórica de financiamentos imobiliários, segundo previsão da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Apesar do otimismo, para os consumidores, o custo do financiamento deve continuar no mesmo patamar ou até mesmo subir.

Os financiamentos imobiliários atingiram R$ 241 bilhões em 2022, segundo melhor resultado da história do crédito imobiliário.
Para 2023, as projeções da Abecip apontam para um patamar de financiamentos imobiliários com recursos da poupança SBPE da ordem de R$ 156 bilhões. O volume, embora inferior em 13% ao do ano anterior, ainda atingirá patamar superior ao de 2020, devendo se situar entre os três melhores resultados da história.

Confirmadas as projeções, o volume total dos empréstimos (SBPE mais FGTS), deverá se situar em cerca de R$ 221 bilhões para 2023, redução de 8% sobre o aplicado em 2022.
Essa redução pode vir, em parte, do impacto do custo do financiamento. De acordo com o presidente da Abecip, José Ramos Rocha Neto, o mercado está “sobreaplicado” em relação aos recursos da caderneta de Poupança, parcela mais barata do funding.

Em 2022, o saldo da poupança acusou redução de 3,3% em relação a 2021, permanecendo ainda em patamar elevado (R$ 764 bilhões).

As saídas líquidas de recursos foram da ordem de R$ 80,9 bilhões, sendo parcialmente compensadas pelo crédito de R$ 55 bilhões de rendimentos.

As operações de crédito imobiliário propiciadas pelas duas principais fontes de recursos do setor – Cadernetas de Poupança e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – atingiram o montante de R$ 240,8 bilhões em 2022, consolidando-se como o segundo melhor ano da nossa história, mesmo com redução de 5% em relação a 2021.