
O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, afirmou que acredita que a Justiça deve rever as penas impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Essa declaração marca a segunda vez que uma figura influente do governo Lula questiona a condução do Judiciário nos julgamentos relacionados ao episódio.
A primeira crítica veio do ministro da Justiça, José Múcio Monteiro, durante sua participação no programa Roda Viva. Na ocasião, Múcio afirmou que, em sua avaliação, não houve uma tentativa de golpe de Estado, declaração que gerou repercussão negativa entre setores mais alinhados ao governo e foi interpretada como um aceno à pacificação do tema.
A posição de Jaques Wagner reforça um movimento crescente dentro do governo e entre aliados do presidente Lula, que apontam que há um descompasso entre as penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a percepção da sociedade sobre a gravidade dos crimes cometidos pelos réus do 8 de janeiro. Segundo parlamentares governistas, há uma insatisfação crescente na população em relação ao rigor das condenações, o que pode levar o tema a novos debates no Congresso.
Nos bastidores, alguns aliados do Planalto avaliam que o governo pode vir a atuar de forma mais incisiva para equilibrar a pressão social e política sobre o tema. A declaração de Wagner, portanto, pode ser um indicativo de que o governo busca um meio-termo entre a defesa da democracia e o entendimento de que punições excessivas podem ter um efeito contrário ao desejado.