
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, defendeu a necessidade de revisar as punições aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que a pacificação do país passa pela distinção entre os manifestantes que participaram das depredações e aqueles que foram presos sem envolvimento direto em atos violentos.
“Acho que tem que se fazer justiça. Quem quebrou uma cadeira e quem armou um golpe são coisas diferentes. Não se pode tratar todos da mesma forma. Precisamos encontrar uma maneira de pacificar o país”, afirmou Múcio em entrevista.
A declaração do ministro reforça um debate que já está em andamento no Congresso Nacional sobre uma possível anistia para os condenados pelos atos golpistas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já disse publicamente que, para ele, não houve tentativa de golpe e que pode pautar um Projeto de Lei da Anistia nos próximos dias, caso haja acordo entre os líderes partidários.
A fala de José Múcio também ocorre em meio a questionamentos da oposição sobre o tratamento dado pelo governo aos presos do 8 de janeiro, muitos dos quais foram condenados a penas superiores a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Setores mais conservadores do Congresso defendem a revisão das penas e até mesmo a anistia ampla, enquanto o governo Lula e ministros do STF têm se posicionado contra a medida.