Juntas pedem votos de aplauso a organizações e mulheres que atuam em defesa da pauta no Estado

Mário Flávio - 31.08.2021 às 10:36h

Para fechar a intensa agenda do mês da visibilidade lésbica em Pernambuco, conectada ao dia 29 de agosto (Dia Da Visibilidade Lésbica), as Codeputadas Juntas (PSOL/PE) protocolaram na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) requerimentos de votos de aplauso para diversas organizações e mulheres que contribuem significativamente para a luta da valorização da identidade lésbica em todas áreas da sociedade. Os votos de aplauso serão votados no plenário da Alepe.

As organizações homenageadas com o voto de aplauso das Juntas são:
AMHOR – Associação e Movimento Homossexual de Recife e Região Metropolitana foi fundada no final da década de 1970. Registrada como Organização Não Governamental em 19/11/1998, em Jaboatão dos Guararapes, o grupo travou importantes lutas e debates pela ampliação dos direitos da população, criando inclusive, grupos de acolhimento às pessoas LGBTQIA+.


ASSERCO – Associação Sertão das Cores. A Associação Sertão das Cores foi fundada em 2006, com o objetivo de articular as pessoas LGBTQIA+ que vivem no município de Salgueiro, além de distritos e municípios próximos, com o escopo de acolhê-las e organizar suas reinvindicações.

Bloco da Diversidade – fundado em 2009, com o intuito de aproveitar o momento lúdico da folia de Momo para celebrar aa diversidade de orientação e identidade, e para conscientizar as pessoas para uma cultura de respeito à população LGBTQIA+. Trata-se de uma agremiação que articula ações socioculturais para o fortalecimento da população LGBTQIA+ em relação a toda a sociedade pernambucana.

CANDACES – A Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras Feministas Autônomas nas em 2007 com o objetivo de conferir visibilidade às necessidades lésbicas negras e lutar por acesso a direitos desta significativa parcela da população. No decorrer de sua atuação, se mantém realizando diversas ações de monitoramento de políticas públicas.

COMLESBI – Fundado em 2009, impulsionado pelo diálogo a nível nacional de diversos setores do movimento lésbico e feminista no país. Desde então o coletivo tem encampado diversas lutas em prol da população lésbica e bissexual, construindo lugares de resistência e articulação política do estado de Pernambuco e no Brasil.

CORES E LUTA – Fundado em 2014, com fortes interlocuções com os movimentos feministas, LGBTS e com a academia. É uma organização mista que contempla toda a diversidade da sigla LGBTQIA+, mas que possui forte atuação de deus e das suas integrantes nas lutas por direitos para a população lésbica do estado de Pernambuco.

GRUPO LUAS – Fundado em 2006 através da articulação de duas lésbicas feministas, Ana Carla Lemos e Elisângela Nunes. A atuação iniciou através do Jornal LUAS com o objetivo de disseminar informações sobre a vivência do amor entre mulheres através de elementos culturais, filmes, espaços LGBTQIA+. Em 2007 decidiram formar um grupo lésbico que servisse como espaço de fortalecimento e acolhimento para lésbicas e mulheres bissexuais, especialmente da periferia.

Movimento LGBT Leões do Norte – fundado em 2001, sendo um os primeiros a ter uma sede para realizar ações específicas voltadas às populações LGBTs de Pernambuco. O grupo atua nos espaços de debate público junto às instituições além de promover e participar de formações políticas. Foi articulador do Centro de Referência contra a Homofobia em Pernambuco, com a coordenação do projeto embrionário.

Coletivo LGBT de Passira – surgiu em 2011. fundado pelas lésbicas Téo Arruda e Rênya Carla. O coletivo realiza diversas atividades em conjunto com outros grupos e organizações da sociedade civil e do movimento feminista, além de atuar junto às instituições governamentais através de formações, eventos e indicações de políticas públicas.

Rede Sapatá – fundada em 2009 com o propósito de fortalecer as discussões sobre lésbicas negras e suas interseccionalidades. Atua na promoção de informações a respeito da saúde das mulheres lésbicas e negras que possuem suas especificidades nem sempre visibilizadas pelas políticas públicas.

As mulheres homenageadas com o voto de aplauso das Juntas são:

Ana Carla da Silva Lemos – pesquisadora pela Universidade Federal de Pernambuco que realizou a pioneira dissertação “Movimentos de Lésbicas de Pernambuco: uma etnografia lésbica feminista”. Sua pesquisa é única em Pernambuco e no Brasil, e reúne um apanhado histórico bem como analisa, através de método etnográfico, diversos elementos fundamentais para a compreensão do movimento lésbico na luta pelos direitos de sua população.

Ana Paula Lopes de Melo – integra o ativismo lésbico desde 2004 e além de ativista lésbico feminista é também um ativista da saúde como direito e árdua defensora do SUS. Integra o Fórum de Mulheres de Pernambuco, participou das articulações que ajudaram na construção ao antigo COMLÉS (atual COMLESBI).

Kássia Silvestre – Tem grandes contribuições no movimento lésbico, tendo sua atuação reconhecido em todo o estado em defesa a visibilidade das mulheres lésbicas.

Kátia da Paz – Suas contribuições para cultura popular são muito importantes e elevam o conceito de representatividade lésbica em todas as esferas. De igual modo, a sua militância negra feminista e lésbica é notoriamente reconhecida e admirada.

Enquanto parlamentares que formam a primeira mandata coletiva, antilgbtfóbica e feminista de Pernambuco, as Juntas se sentem honradas de prestigiar as citadas organizações e mulheres que lutam pelos direitos de mulheres que amam mulheres. O trabalho legislativo das Juntas seguirá tendo as mulheres lésbicas e a população LGBTQIA+ entre as sujeitas prioritárias das ações da mandata, buscando a garantia dos direitos dessa população.

DIA DA VISIBILIDADE LÉSBICA – O dia 29 de agosto surgiu como data política em 1996, através da realização da primeira edição do Seminário Nacional de Lésbica – SENALE, realizado no Rio de Janeiro, logo a data ficou marcada como o dia nacional da visibilidade lésbica. A data registra a ação pioneira que reuniu 100 (cem) mulheres de várias regiões do Brasil para dialogar sobre as especificidades das pautas lésbicas. O seminário teve o protagonismo de Neusa das Dores do COLERJ e de Elizabeth Calvet.