Era final da manhã de uma bonita segunda-feira, 19 de abril de 2010, nas dependências da Escola Professor José Florêncio Neto, mestre carinhosamente conhecido como Professor Machadinho, se reunia boa parte do secretariado do Poder Executivo Municipal, e junto com vários professores e alunos, ali, para conhecerem “in loco” o ponta pé inicial do projeto que deveria ser o “Escola Conectada” e o “Cidade Conectada”.
Entre os discursos, o “mote” principal que deveria ser o início do tal projeto, se transformou no: “nós não prometemos durante a campanha, mas estamos fazendo”, enfim, acharam pouco o projeto do lançamento do projeto, e ainda organizaram outro rega-bofe no final da tarde do mesmo dia, desta vez, no Marco Zero da cidade.
O projeto era um “remendo” de outro projeto federal, também do mesmo nome, que tinha como finalidade garantir o acesso a internet sem fio e gratuita nas escolas da rede municipal de ensino e em toda a área urbana da cidade, através de uma antena base no Morro Bom Jesus. Remendo caríssimo, elaborado sem transparência alguma, e que depois foi questionado pela própria Controladoria Geral da União.
A expectativa na cidade era enorme, parecia que a partir dalí, a gestão sairia do seu ostracismo no campo da Ciência e da Tecnologia somada também a temática da Educação, falando nisso, o Secretário da pasta, na época, era o esforçado Paulo Muniz, notoriamente um dos mais felizes no lançamento, até vídeo gravou, exaltando o projeto, segue link: http://www.youtube.com/watch?v=4GiKtdsjDy0
De lá pra cá, 4 Secretários ficaram a frente da quase infinita nomenclatura da pasta de Educação, Esportes, Juventude, Ciência e Tecnologia, foram eles: Paulo Muniz, Tony Galvão, Welson Costa e agora Antônio Fernando, uma média de 1 secretário a cada 375 dias, nesta que junto a Saúde são os principais eixos de qualquer gestão.
O fato é que do lançamento do projeto até o dia de hoje, se vão 1500 dias, e o que deveria ser a “menina dos olhos” da prefeitura, se transformou em algo que não tem utilidade nem mesmo dentro das 26 escolas da área urbana que foi prometida, quiçá nas residências próximas ou não aos estabelecimentos de ensino. E nenhum Secretário posterior ao lançamento “ousou” falar do tema ou entrar na solucionática do problema.
Aurélio escreve em seu dicionário que a palavra “Conectada” é aquilo que se conectou, ligado, plugado, unido. Ou seja, trocando aqui em miúdos, é tudo aquilo o que é contrário à antes exaltado nos 4 cantos da cidade com placas de todas as dimensões e formas que o tempo as fez entrarem em extinção, onde o texto dizia: “Internet sem fio e de graça, em toda Caruaru!”.
Sobre o “compromisso com o compromisso”, o esportista Ayrton Senna era sábio quando dizia: “No que diz respeito ao empenho, ao compromisso com o compromisso, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz”. Deste modo, se passaram 125 meses, 36 mil horas, ou 1500 dias do lançamento do projeto de projeto do Cidade Conectada, que mesmo com esse tempo todo de espera, os caruaruenses ainda não puderam conhecer.
*Raffiê Dellon é Presidente do PSDB de Caruaru