E ex-secretária da Mulher e Participação Social de Caruaru, Louise Caroline, anunciou por meio do facebook que deixou a tendência MAIS para aderir à Democracia Socialista. Numa carta escrita aos militantes do PT, ela explica as razões que levaram a mudança. A petista fala pouco em Caruaru e engloba o cenário de necessidade para uma renovação do partido, sendo na opinião dela, essa tendência um caminho mais adequado para levar o PT mais a esquerda. Caroline vai fazer parte da Executiva Nacional da DS, mesma tendência do presidente do PT em Caruaru, Adilson Lira. Segue a íntegra da postagem.
POR QUE OPTEI PELA DEMOCRACIA SOCIALISTA
Companheiros e companheiras,
Escrevo para compartilhar com alegria e convicção ideológica minha integração à Democracia Socialista, tendência interna do PT.
Em primeiro lugar, agradeço ao Movimento Ação e Identidade Socialista, o MAIS, pelos 10 anos de aprendizado e luta, que me formaram como militante e como sujeita, pessoa, cidadã. Os valores e a ousadia que acompanharam nossa linda jornada, cuja reflexão política central está mais pertinente do que nunca, seguirão sempre comigo.
Minha integração à DS se dá após uma longa reflexão pautada tanto pela vontade pessoal de fazer parte de um coletivo nacionalmente organizado, internacionalmente referenciado, composto por militantes dos mais diversos movimentos sociais, governos e direção partidária; quanto pela análise política acerca do decisivo momento que vivemos, a exigir o fortalecimento do campo socialista na disputa pelos rumos de nosso partido e de um novo modelo político-econômico no mundo. Escolhi a Democracia Socialista, mais antiga corrente em atuação no PT, tanto pelas questões programáticas, quanto pelas questões organizativas.
A DS é hoje a maior corrente da chamada esquerda petista, e sua grandeza não é só numérica, o que propicia capacidade de influência nos rumos do partido, mas também uma riqueza imensa de militantes e ideias. É grande também pela sólida organização, a partir de núcleos locais e setoriais, coordenações temáticas e territoriais, Congressos, Encontros, Ativos, publicações, e convivência equilibrada entre diferentes gerações partidárias e entre homens e mulheres. Além disso, a DS está organizada de forma destacada nos movimentos sociais, sindicais, juvenis, estudantis, feministas, LGBT, antiracistas, antiimperialistas, anticapitalistas, dentro e fora do país.
Ainda, está na DS a mais viva formulação em torno da Democracia Participativa, cuja institucionalização, a partir da experiência de Porto Alegre, e renovação, através dos atuais processos de participação social, têm a marca da intelectualidade, gestores e ativistas dessa corrente. Assim, a crença de que é preciso transformar o PT, renovar seu programa e sua práxis, se fortalece com a possibilidade de fazer isso ao lado de tanta gente que tem dedicado suas vidas aos sonhos do outro mundo possível.
Minha reflexão é fundamentalmente nacional, porque acredito que as questões locais devam ser parte de um processo geral. É a estratégia que deve dirigir a tática e não o contrário. Por isso, embora considere que em Caruaru o MAIS funciona bem, atuante em grandes transformações na cidade (o que me faz desejar manter-me como parte disso), não vejo sentido em um projeto municipal que não seja parte de muitos outros projetos municipais, somados em torno de um projeto ideológico maior, capaz de, juntos, incidir nas mudanças do PT, do Brasil e do mundo.
Como membro do Diretório Nacional e da Escola Nacional de Formação Política, quero contribuir com os debates da transição geracional no PT e na esquerda, da democracia participativa no Brasil, do socialismo no mundo, com olhar especial para a América Latina. E não tenho dúvidas de que na DS poderei fazer isso de forma coletiva, incisiva, plural e democrática. Aos que são pegos de surpresa com essa notícia, explico minha opção por não abrir um processo de mobilização em torno dessa decisão, pelo desinteresse em qualquer movimento que pudesse parecer com disputa, seja de onde vim, seja para onde vou.
Evidentemente que, agora, coloco-me à disposição para ser uma ponte entre a Democracia Socialista e meus/minhas companheiros/as que estejam em busca de se organizar no PT. A hora é essa! Aos amigos/as que encontro na DS: finalmente, hein? Depois de tantos anos, estaremos juntos não apenas nas risadas e histórias que já nos aproximam, não apenas na Mensagem ao Partido que já nos unia, mas agora no cotidiano da Democracia Socialista. Sou grata pela paciência, persistência, pelo aconchego, respeito, pelas boas-vindas. Minha sede de aprendizado é imensa e minha disposição para contribuir é total. Chego de peito aberto e muito animada pelos novos tempos que faremos de mãos dadas.
Viva o PT! Viva a Democracia Socialista!