Nesta quarta-feira (8), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um ato simbólico em memória dos dois anos dos ataques de 8 de Janeiro de 2023. O evento, que contou com cerca de mil pessoas, foi marcado por discursos que conectaram a defesa da democracia ao recente sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”. A produção, que concorreu ao Globo de Ouro, rendeu o prêmio de “Melhor Atriz em Filme de Drama” para Fernanda Torres, e serviu de inspiração para o discurso de Lula.
Em sua fala, o presidente citou o título da obra para reforçar a mensagem de resistência democrática:
“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de Janeiro de 2023.”
Apesar do tom otimista, o evento ficou marcado pelo esvaziamento. Nem mesmo aliados de Lula compareceram em peso, algo perceptível para quem acompanhou as imagens da cerimônia. O próprio presidente minimizou o público reduzido, dizendo que “não teria problema o ato ter poucas pessoas”.
O uso do filme como referência gerou repercussões nas redes sociais, com apoiadores aplaudindo a associação e críticos apontando oportunismo. Independentemente das polêmicas, o presidente parece ter apostado em conectar o momento histórico com um dos destaques culturais do início de 2025, tentando transformar o ato simbólico em um marco de resiliência democrática.
Reflexão sobre o ato
O fracasso de público e a ausência significativa de aliados, no entanto, revelam dificuldades de mobilização do governo, mesmo em pautas emblemáticas como a suposta defesa da democracia. Para muitos, o evento foi mais um reflexo dos desafios de popularidade enfrentados pelo presidente neste início de ano, com as pesquisas mostrando o petista patinando em avaliação.
