Lyra: “Não vou deixar pepino algum para Paulo Câmara resolver”

Mário Flávio - 16.10.2014 às 13:44h

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Por Ana Rebeca Passos

Na reta final de uma gestão de oito meses, o governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), começa a prestar contas do trabalho que foi feito desde que assumiu o cargo deixado pelo ex-governador Eduardo Campos. Em entrevista concedida a uma emissora de rádio no Recife, João Lyra lembrou a situação em que recebeu a missão de concluir o governo do ex-líder, vitimado em acidente aéreo em agosto deste ano, e a não escolha do seu nome para suceder a vaga ao governo do Estado a partir de 2015. “Eu tive um comportamento que nunca me coloquei como candidato, mesmo participando ativamente de todo o governo de Eduardo, militando ao seu lado, mas não me coloquei como candidato a sucessão. Não houve entre eu e ele uma conversa onde meu nome seria citado como candidato. Eduardo sempre exerceu uma liderança muito forte, e foi uma das maiores lideranças em Pernambuco”, disse.

Sobre o segundo turno e o apoio fechado entre o PSB e PSDB nessas eleições, o governador explicou os motivos que levaram o partido a declarar apoio à eleição de Aécio Neves. Lyra ainda foi questionado sobre os governos do PT e FHC. “O candidato não é Fernando Henrique, mas Aécio. E digo o seguinte: Eduardo sempre acreditou numa proposta nova para o país e vemos agora que Aécio representa um novo modelo de gestão e política. Com a não chegada de Marina ao segundo turno e o PSB entendendo que o governo do PT está em fadiga, decidimos apoiá-lo. Aécio defende um novo projeto e acrescentou ao programa de governo aquilo que o PSB acredita. Precisamos modernizar a máquina administrativa como ele fez em Minas Gerais”, lembrou João Lyra.

A não ida de Marina Silva ao segundo turno também foi comentada pelo ex-governador. “Tudo partiu de uma sucessão tumultuada. Nós tínhamos uma aliança com o PT há muitos anos e Eduardo lança uma nova proposta política para o Brasil e se lança candidato a presidência da república. Depois acontece aquela tragédia e Marina sai de vice para assumir a candidatura, o que a partir daí há uma expectativa de um segundo turno, o que não acontece. Ou povo está mudando muito rápido de opinião, ou os institutos de pesquisas estão atrasados. Marina estava na frente e dias antes da eleição cai nas pesquisas, o que muda todo o cenário novamente”, ressaltou.

Para a nova gestão que se inicia em janeiro, João Lyra explicou como pretende entregar o governo ao novo sucessor, Paulo Câmara, eleito governador pelos próximos quatro anos. “Paulo conhece tanto a máquina como eu. Ele esteve sempre à frente de pastas importantes do governo de Eduardo Campos e saberá gerenciar da melhor forma o Estado. A imprensa está ansiosa para que ele assuma ano que vem e não temos dúvida que ele sabe a potencialidade que o Estado tem. Não vou deixar nenhum pepino para resolver e nem algo que ele não tenha conhecimento. De uma coisa eu tenho certeza: Paulo não foi eleito com o uso da máquina o favorecendo em nada. Ninguém pode me acusar de qualquer coisa”, enfatizou.