
Por meio de um referendo, os venezuelanos aprovaram neste domingo (03), a anexação de uma região rica em petróleo, que hoje pertence à Guiana. A área é objeto de uma longa disputa territorial entre os dois países, alimentada pela recente descoberta de vastos recursos energéticos. O resultado foi divulgado pelo governo de Nicolás Maduro.
Ele promete até uma luta armada e isso vai gerar uma dor de cabeça para o presidente Lula (PT), que critica com veemência as guerras espalhadas pelo mundo. Após décadas a América do Sul pode ter um conflito armando e Lula é aliado de primeira hora do ditador da Venezuela. A área em questão, a região densamente florestada de Essequibo, equivale a cerca de dois terços do território nacional da Guiana e é aproximadamente do tamanho do estado da Flórida, nos Estados Unidos.
A Venezuela há muito tempo reivindica o território e argumenta estar dentro de suas fronteiras durante o período colonial espanhol. O governo venezuelano, no entanto, rejeita uma decisão de 1899 de árbitros internacionais que estabeleceu as fronteiras atuais, quando a Guiana ainda era uma colônia britânica.
O presidente Nicolás Maduro lançou o referendo nas redes sociais. A Guiana chamou o movimento de um passo para a anexação e uma “ameaça existencial.”
Na semana passada, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, visitou as tropas em Essequibo e hasteou uma bandeira da Guiana em uma montanha com vista para a fronteira com a Venezuela.
A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, decidiu antes da votação que “a Venezuela deve abster-se de tomar qualquer ação que modifique a situação que atualmente prevalece no território em disputa.”
O tribunal planeja realizar um julgamento sobre a questão, após anos de revisão e décadas de negociações fracassadas. No entanto, a Venezuela não reconhece a jurisdição do tribunal.