Prestes a iniciar seu segundo mandato à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira dos BRICS, a ex-presidente Dilma Rousseff enfrenta uma série de críticas relacionadas à sua gestão desde abril de 2023. Documentos obtidos recentemente apontam atrasos significativos no cumprimento das metas do banco, alta rotatividade de funcionários e relatos de assédio moral no ambiente de trabalho.
De acordo com um relatório de avaliação independente, o NDB está atrasado na maioria de suas metas estratégicas para o período de 2022-2026. Apenas 20% da meta de concessão de crédito foi alcançada, e as operações não soberanas atingiram somente 10,7% do objetivo estabelecido de 30%. Além disso, apenas um projeto (4%) foi cofinanciado, muito abaixo da meta de 20%. Esses dados foram corroborados por Prasanna Salian, diretor da Índia no conselho de diretores do NDB, que enfatizou a necessidade urgente de melhorias na execução e eficiência do banco.   
O ambiente interno do NDB também tem sido motivo de preocupação. A rotatividade de funcionários atingiu 15,5%, três vezes maior que a média de 5% observada em outros bancos multilaterais de desenvolvimento. Desde a posse de Dilma, aproximadamente 46% dos funcionários brasileiros deixaram a instituição. Avaliações internas sugerem que “limitações em delegar autoridade” contribuem para atrasos na tomada de decisões e baixa eficiência na implementação.  
Além dos desafios operacionais, há relatos alarmantes sobre o clima organizacional sob a liderança de Dilma Rousseff. Funcionários e ex-funcionários descrevem o ambiente como disfuncional, com frequentes episódios de assédio moral. Relatos indicam que a presidente frequentemente eleva o tom de voz com os colaboradores, utilizando termos depreciativos como “burro” e “ignorante”. Há também acusações de jornadas de trabalho excessivas, que se estendem das 6h às 21h, e negação de folgas, levando alguns funcionários a buscarem apoio psicológico.  
Em resposta às críticas, a assessoria do NDB afirmou que as metas estabelecidas são para um ciclo de cinco anos e que o ciclo estratégico ainda está em andamento, tornando prematuro concluir que os objetivos não serão atingidos. Quanto aos relatos de assédio moral, a instituição declarou não haver registros formais de tais casos no departamento de conformidade e investigações relacionados à presidente. A assessoria também negou a imposição de jornadas excessivas, afirmando que o horário oficial de funcionamento do banco é das 9h às 17h15, com folgas regulamentadas para todos os funcionários.  
A gestão de Dilma Rousseff no NDB tem sido marcada por desafios significativos, tanto em termos de desempenho institucional quanto no ambiente de trabalho. Com o início de seu segundo mandato, espera-se que medidas efetivas sejam implementadas para reverter os atrasos nas metas, melhorar a cultura organizacional e assegurar um ambiente de trabalho saudável e produtivo para todos os colaboradores.
