Médico critica paralisação do serviço de motolância em Caruaru

Mário Flávio - 10.05.2014 às 09:25h

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O diretor do Simepe e médico regulador do Samu, Paulo Maciel, fez uma nova denúncia contra a secretaria de Saúde de Caruaru. Segundo ele, o serviço de motolância está suspenso há meses, devido a problemas mecânicos nas duas motos que atendem a unidade. Segundo o médico, a situação é grave e prejudica a população de várias cidades do Agreste de Pernambuco, devido ao suporte que as motos oferecem as ambulâncias.

Ele disse que um suposto orçamento para consertar os veículos foi feito e o valor não chega a R$ 2 mil e que o serviço corre o risco de ser extinto na cidade. “Será essa a solução adequada para a população? Venho há meses denunciando esse descaso e nada é feito. Há meses fizemos a denúncia da fragilidade desse serviço. Trouxeram de volta e passaram duas semanas funcionando, mas não consertaram direito, quebrou e pararam as motos. O pessoal que trabalha está sendo afastado e o serviço paralisado, com o risco de acabar, isso é um absurdo”, disse.

Ele explicou ainda o prejuízo que a população pode ter com a paralisação das motolâncias. “Em acidentes, infarto, AVC e outros procedimentos, esse tipo de serviço ajuda muito e pode salvar vidas, já que as motos chegam bem antes da ambulância, os profissionais estabilizam os doentes, iniciam massagens cardíacas e fazem os primeiros socorros. Como é que ao invés de consertar, a prefeitura paralisa o serviço?”, criticou.

A diretora de atenção especializada da secretaria de saúde de Caruaru, Ana Elizabete, reconheceu a paralisação do serviço e disse que o problema é a falta de formalidade para encontrar oficinas que façam os reparos nas motos. “As nossas motolâncias estão com problemas técnicos e não conseguimos prestador de serviço para ser contratado. As oficinas que fazem serviço de moto não têm documentos para regularizar o contrato e no serviço público é assim, só se pode trabalhar com contrato. A maioria não é formal, trabalham como pessoa física e isso inviabiliza a contratação”, expôs.

Ela negou que o serviço de motolância será finalizado e explicou que os profissionais que guiam as motos, foram relocados para outras ações na unidade. “Não tem nada sendo extinto e nem podemos fazer isso. É uma proposta do Ministério da Saúde. Caruaru recebeu as motolâncias e tem que manter o serviço, é uma questão do Governo Federal. Também não existe a demissão de funcionários. Os técnicos de enfermagem, que guiam as motos, estão na base e atuam nas ambulâncias e no plantão, auxiliando as equipes nas ruas”. A diretora disse ainda que até não encontrar a empresa adequada para o reparo nas motos, o serviço ficará suspenso.

PROBLEMAS – Não é de hoje que o Samu de Caruaru enfrenta problemas. No fim de abril desse ano, o Simepe chegou até mesmo a cogitar uma interdição ética na unidade, o que vai ser definido numa assembleia nos próximos dias.