Apesar de ter sido sorteada para relatar a auditoria especial requerida pelo Ministério Público de Contas, junto ao TCU, envolvendo a compra de respiradores testados apenas em porcos, a ministra Ana Arraes deve se arguir impedida para atuar no caso.
É que desde que assumiu o cargo de ministra, Ana Arraes tem rejeitado atuar em processos que envolvam seu Estado natal, no caso Pernambuco.
A ministra é filha do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, mãe do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos e do presidente da Fundaj, Antônio Campos, hoje na oposição ao governador Paulo Câmara e ao Prefeito Geraldo Julio, que, por sua vez, apoiam a candidatura de João Campos, neto de Ana Arraes, à Prefeitura do Recife.
Por coerência, portanto, o mesmo procedimento deve ser adotado pela ministra também no caso envolvendo a compra de 500 respiradores testados apenas em porcos, adquiridos pela gestão Geraldo Julio, a uma empresa de fachada.
A compra foi alvo da Operação Apneia, da Polícia Federal em Pernambuco.
Leiam nota de esclarecimento do TCU, em casos anteriores, onde fica claro que a Ministra Ana Arraes não atua em nenhum processo em que figure o Estado de Pernambuco ou prefeituras pernambucanas como investigados. Em Pernambuco, a ministra só atua em casos envolvendo órgãos federais.