Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, muda discurso sobre incêndios no pantanal

Mário Flávio - 26.06.2024 às 10:45h

A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem chamado a atenção por uma mudança significativa em seu discurso sobre os incêndios no Pantanal. Em 2020, Marina foi uma das vozes mais críticas ao governo Bolsonaro, atribuindo a ele a responsabilidade direta pelos incêndios devastadores que assolaram a região. Na época, a ministra acusou o governo de negligência e falta de políticas eficazes de prevenção e combate aos incêndios.

No entanto, em 2024, o cenário e o tom da ministra são diferentes. Frente a um aumento de 26,3% nos focos de incêndio no Pantanal, Marina agora enfatiza fatores como as mudanças climáticas, a seca prolongada e a ação humana não intencional. Em recentes declarações, ela ressaltou que o problema é multifacetado e não pode ser atribuído a um único governo ou fator isolado.

“As mudanças climáticas têm intensificado as condições de seca no Pantanal, tornando a vegetação mais suscetível a incêndios. Além disso, a ação humana, muitas vezes não intencional, também contribui para o surgimento e propagação das chamas”, afirmou Marina em uma coletiva de imprensa. Ela destacou a necessidade de um esforço conjunto, envolvendo o governo, ONGs, comunidades locais e a comunidade internacional, para enfrentar o desafio.

A mudança no discurso da ministra reflete uma abordagem mais ampla e complexa para os problemas ambientais do Pantanal. Marina Silva agora propõe uma série de medidas integradas, incluindo maior investimento em tecnologias de monitoramento, fortalecimento das brigadas de incêndio, campanhas de conscientização e políticas de incentivo à preservação ambiental por parte das comunidades locais.

Críticos, no entanto, acusam a ministra de estar suavizando sua posição anterior para proteger o atual governo. Eles argumentam que, apesar das condições climáticas adversas, a gestão ambiental continua sendo crucial para a prevenção de desastres. Segundo esses críticos, a falta de fiscalização e a redução de verbas para órgãos ambientais durante o governo Bolsonaro tiveram um impacto significativo, cujas consequências ainda são sentidas.

Marina Silva rebate essas críticas, defendendo que a atual administração está empenhada em fortalecer as políticas ambientais e corrigir os erros do passado. Ela também destacou que a compreensão dos incêndios como um problema sistêmico é essencial para encontrar soluções duradouras.