Ministro da Defesa será um civil, diz Aloizio Mercadante, um dos coordenadores de transição de governo

Lucas Medeiros - 18.11.2022 às 14:55h

Do Poder 360

(Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O coordenador técnico da transição de governo, Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira (18) que o novo ministro da Defesa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser um civil e não um militar. O ex-ministro disse que o núcleo de Defesa está “muito bem construído”, mas só será anunciado depois de o presidente eleito retornar para o Brasil. Lula está em Portugal e retornará no domingo (20).

O presidente [Lula] já disse isso publicamente que o ministro da Defesa será um civil, foi [assim] no governo dele e será. Agora, o grupo de transição é um grupo que tem uma tarefa específica”, disse em entrevista a jornalistas na chegada ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição.

O Ministério da Defesa foi chefiado por civis nos governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula e Dilma Rousseff (PT). Depois, foi comandado por militares nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

Questionado, Mercadante não respondeu se o grupo de trabalho da Defesa terá representantes das Forças Armados. Declarou que a composição deve ser divulgada no começo na próxima semana.

Ele [Lula] está chegando e vamos fechar o grupo, acho que vocês vão ter uma bela surpresa, está muito bem construído o grupo […] É um grupo muito representativo para essa tarefa que é o diálogo com as Forças Armadas”, declarou.

Na quinta-feira (17), Mercadante afirmou que militares podem “eventualmente” compor a equipe, mas historicamente estão relacionados à área da Defesa. Afirmou que as Forças Armadas são uma instituição “secular” e de diagnóstico organizado. Declarou, no entanto, que há problemas pontuais e “institucionais” sobre o papel dos militares no atual governo –assunto que não deverá ser tratado pelo grupo de trabalho.

É uma instituição secular, [está] organizado o diagnóstico. Não tem maiores preocupações em relação a essa agenda. Pode ter algumas questões pontuais. Tem um problema institucional, o lugar das Forças Armadas, a relação com a Constituição, mas isso não é propriamente um tema do grupo de trabalho”, disse na quinta-feira (17).

Na entrevista desta sexta-feira, Mercadante também criticou novas paralisações em rodovias contra a eleição de Lula. Declarou que os movimento não são democráticos e prejudicam a economia. “Acho que um dos pilares da democracia é o reconhecimento da soberania do voto popular. Todas as instituições reconheceram a votação”, afirmou.