Morreu nesta terça (1º), aos 80 anos, o professor emérito da UFPE Jaime de Azevedo Gusmão Filho, vítima de uma parada cardiorrespiratória. O corpo do caruaruense está sendo velado no Cemitério e Crematório Morada da Paz, em Paulista, onde será cremado ao meio-dia dessa quarta-feira. O docente foi um dos pioneiros no mapeamento de encostas para prevenção de deslizamentos no Nordeste, trabalho com impacto direto na vida dos moradores dessas áreas. Entre as suas linhas de pesquisa estava o estudos dos morros de Olinda e da Região Metropolitana do Recife.
Em entrevista publicada, em maio de 2010, no site da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), a qual presidiu de 1982 a 1984, Jaime Gusmão declarou que esperava “deixar como legado a busca por fazer da engenharia um instrumento útil para a melhoria das condições de vida na sociedade”. O professor também foi dirigente do Crea-PE, Clube de Engenharia de Pernambuco e da URB – Empresa de Urbanização do Recife.
EMÉRITO – Pernambucano de Caruaru, Jaime Gusmão recebeu da Universidade o título de Professor Emérito em 2003, honraria concedida a docente aposentado que “haja se distinguido no ensino ou na pesquisa e contribuído, de modo notável, para o progresso da UFPE”. Formou-se, em 1954, pela antiga Escola de Engenharia de Pernambuco, da então Universidade do Recife, saindo como aluno laureado da turma. Concluiu o mestrado em Engenharia Civil, na área de Mecânica dos Solos e Fundações, pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em 1959. Tornou-se livre-docente pela UFPE, em 1995, apresentando o trabalho “Fundações: do Conhecimento Geológico à Prática da Engenharia”.
Em 1985, recebeu do então prefeito Joaquim Francisco o título de comendador da Ordem do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife, pelos relevantes serviços prestados à cidade. A Câmara homenageou o docente, em 2001, concedendo-lhe a Medalha de Honra “José Mariano” e o diploma de Cidadão do Recife.
Autor de várias publicações em sua área, Jaime Gusmão não conseguiu fazer – devido a complicações do Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido há dois anos – o lançamento do livro “Democracia e Universidade – a Campanha Perdida para Reitor”, em que relatou a campanha e derrota na eleição para reitor da UFPE, em 1991.