O aumento do dólar e as explicações da direita e da esquerda no Brasil

Mário Flávio - 30.12.2024 às 19:49h

Por Renan Torres

Sem dúvida, um dos assuntos mais comentados na reta final de 2024 foi o alarmante aumento do dólar e a desvalorização da moeda brasileira. Quem não é alienado por nenhum viés político certamente percebeu que, diante desse cenário, algo se sobressaiu: as diferentes explicações apresentadas pela esquerda e pela direita.

A esquerda argumenta que o aumento do dólar é uma articulação e uma tentativa de boicote ao governo Lula por parte dos grandes fundos financeiros internacionais, que, segundo a deputada e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, temem a reeleição do atual presidente em 2026. Com a alta do emprego e o crescimento do PIB, a esquerda vê dois indicadores positivos e afirma que Lula está sendo perseguido pela direita, pela mídia, pelo mercado financeiro e por narrativas tendenciosas, que buscam reduzir a confiança da população no governo.

Já a direita atribui a alta do dólar às medidas econômicas adotadas pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, e pelo presidente Lula. Os gastos elevados do governo e o aparente descaso por parte de algumas figuras importantes da esquerda, como a primeira-dama, Janja Lula, são constantemente citados pela direita como motivos principais para uma possível crise no país. O Brasil gasta mais do que arrecada, muitas vezes com viagens, hospedagens e compras com dinheiro público que poderiam ser evitados. Além disso, os esforços do governo para conter a desvalorização do real e o déficit nas contas públicas se mostram ineficazes, o que não passa despercebido pela direita.

Com o fim de 2024, só nos resta torcer para que a disputa ideológica não continue atrapalhando o crescimento do Brasil — o que, infelizmente, parece pouco provável. O governo, independente do viés político, deve cumprir o que foi prometido e governar em benefício de todos os brasileiros, pois o dólar ultrapassando os R$ 6,00 não é bom para ninguém.