Opinião – Algumas reais discussões sobre educação – por Tiê Felix*

Mário Flávio - 24.11.2014 às 07:25h

Toda a discussão sobre a educação atualmente é vazia de sentido se não se leva em conta as reais causas do problema e da questão “O que entende-se por educação para a cultura brasileira e para que se quer educação no Brasil?” Vemos facilidades das maiores. Desde diplomas comprados do ensino médio até faculdades que oferecem ao “estudante-cliente” o direito de escolha do tempo e das questões que cabe ao estudante, de acordo com o seu bel-prazer, aprender. São os jeitinhos e as adaptações que se fazem para chegar a ter um número – o que o governo do PT é dos mais aptos a produzir.

Provavelmente daqui a alguns anos o número de “formados” no ensino superior será enorme, o problema real é a qualidade. Vemos se multiplicarem pelo espaço instituições que abrem cursos de pedagogia e letras sem nenhuma estrutura, nem sequer uma biblioteca. Quantos se formam em letras sem nunca terem lido uma obra sequer de Machado de Assis? É a falência do mínimo possível. A educação básica brasileira, em especial em Caruaru, é dominada por preferencias políticas e jogatinas de astutos e interesseiros. Barganha-se facilmente uma cadeira por um voto(o cabresto não morreu!).

A ideia de mérito é totalmente negada em função das adaptações politicas promovidas pelos políticos. Para um governo de esquerda, como o nosso, mérito é coisa de burguês. Os cargos de professor, coordenador, supervisor e etc,são dominados por políticos que barganham em nome de voto. Muitas vezes o professor da escola pública, mesmo efetivo, é obrigado a se submeter a um contratado indicado politicamente que agora é diretor e simplesmente dita as ordens. O que realmente um indicado político sabe da realidade escolar se ele é apenas um fantoche político? As greves dos professores de Caruaru é uma prova de que os contratos estão acabando politicamente com a classe.

Os concursos públicos em pequenas cidades são questionados sempre, porque todos sabem que, direta ou indiretamente, as preferencias acabam por sobrepujar até mesmo a obrigatoriedade jurídica. Em algumas cidades as chamadas dos aprovados somente acontecem por intermédio de ação judicial. Pensam os astuciosos políticos porque fazer concurso se temos os nossos indicados aqui? A questão é delicada e é de praxe dizermos que educação é questão política. Não cabe apenas o quantitativo, isso é fácil, basta inventariar dados e lançá-los aos montes, como vimos durante toda a campanha do PT.O difícil é o qualitativo, é retirar o Brasil da lama da ignorância orgulhosa que insiste em se manter.

No nível superior é comum vermos o patrulhamento ideológico e a perseguição por opinião. Professores autoritários (stalinistas-comunistas) perseguem aqueles que defendem opiniões contrárias as suas e cerceiam a possibilidade de avanço e progresso em nome do conservadorismo de esquerda que agora toma conta do Brasil. Infelizmente a distribuição de renda por si só não é suficiente. É necessário o bom uso daquilo que se possui e os brasileiros ainda não possuem uma educação de qualidade – em todos os sentidos – ao ponto de poder promover um desenvolvimento não só de ordem socioeconômica, mas também de ordem educacional. Vivemos uma tragédia educativa, onde o futuro não é dos melhores porque a qualidade do ensino – seja pública ou privada – é péssima e distante de tudo o que é real.

Vive-se hoje uma orgulhosa ignorância generalizada; a esquerda, suposta defensora da boa causa é a maior influência em termos de incompetência e da prova de que é desnecessário estudar num país em que tudo gira em torno de privilégios.
E não me digam que o governo que ai está não é de esquerda.

*Tiê Felix é professor e pós graduado em História do Brasil pela FAFICA. E-mail:tiefelix7@gmail.com