Opinião – Existe Política Nova, sim… e a “Galera” da Velha não a suporta – por João Antônio*

Mário Flávio - 04.09.2019 às 18:49h

Ainda estamos distantes em mais de um ano das eleições municipais e o cenário político de Caruaru, pelo menos nos “bastidores”, já está entrando em efervescência.

E aqui, na Capital do Agreste, as eleições municipais, historicamente, acentuam divergências e ameaçam amizades bem mais que as eleições estaduais e nacionais (pois é, se você pensava que nada podia ser pior que as brigas no grupo da família por causa do Bolsonaro, espere e verá!).

A troca de “carinhos” e “afagos” entre tradicionais adversários políticos beira a “suavidade” dos tiros dos bacamartes (quando tais adversários não estão “amigados” de braços erguidos e abraçados no mesmo palanque para garantir uma eleição tranquila).

O surgimento de novos atores políticos, quer sejam nativos, quer sejam “forasteiros”, quer sejam pessoas, quer sejam agremiações ou ideias, tende, logicamente, a preocupar os tradicionais donos da “capitania” político-eleitoral da cidade. É compreensível, meus caros… é compreensível (tem gente “quebrando a cerca do curral”).

Num dos vários círculos de debates dos quais participo, surgiu uma elevada rejeição ao termo “nova política”, como se esta não fosse possível, ou não passasse de um engodo “populista” para “enganar trouxas”. Ora, seria cômico se não fosse ridículo: tais adjetivos são provenientes justamente dos mesmos atores de sempre, que há muito se alimentam, lactentemente, da política de Caruaru (leia-se “se alimentam do dinheiro de todo cidadão caruaruense pago via impostos”).

É a política velha, pra não dizer velhaca, reagindo à possibilidade de encarar, talvez pela primeira vez, o desafio de fazer seu discurso fisiológico manjado encarar algo realmente novo – e moralmente superior.

A juventude que quer mudança, os ideais de liberdade indelevelmente marcados em seus corações, o DNA empreendedor de Caruaru, o malfadado experimento da gestão petista que arrasou o país: tudo isso é combustível para uma mais que bem vinda mudança. Vai ser mais difícil, para os contadores de estória (e história) de sempre, convencer os jovens cada vez mais antenados e capazes de buscar a informação por si sós.

Será a guerra entre a narrativa encardida (de tão repetida) do “neo-liberalismo do mal” e o “socialismo do bem”, fácil de achar em tantas salas de aula doutrinando incautos estudantes, contra um inimigo que teima em desafiá-la com impressionante poderio: a REALIDADE do resultado deixado por anos de desgoverno de esquerda – não só no Brasil, mas em países em situação muito pior, como a Venezuela (governo ainda hoje festejado e defendido por partidos conhecidos do nosso cenário político).

Sim, a nova política não é só formada por uma nova geração de ideias, partidos e políticos. A nova política é formada especialmente por uma nova geração de eleitores, de cidadãos que cobram, que não aceitam cegamente e que, mais que tudo, são capazes de buscar (e têm acesso a) informação em diversas fontes, e fazer, com isso, seu próprio conjunto de crenças e convicções.

Prevejo jovens se tornando influenciadores em suas próprias casas e famílias, nos sítios, nas comunidades, na escola, nos grupos de WhatsApp e no Instagram… jovens que entendem, questionam, argumentam e não se deixam convencer pelas velhas ladainhas requentadas a cada dois anos, repetidas à exaustão a cada reunião de correligionários e afins. Jovens que conhecem o poder do seu voto e que não pretendem jogá-lo fora com qualquer um, especialmente se esse qualquer um demonstrar não merecê-lo.

E é a esse público cada vez mais preparado, crítico e cético que a velha política dirige seus principais receios. Afinal de contas, como continuar conquistando os votos desse grupo se eles agora não se encontram mais no “curral”? Como continuar elegendo os mesmos nomes e/ou as mesmas enfadonhas ideias (que já se mostraram ineficazes), se os que irão votar e influenciar votos não os engolem mais?

Talvez a única maneira seja “igualando todos na vala-comum”, ou seja, propagar que “não existe política nova! Isso é só para enganar vocês!” (e aí? Entendeu o “macete”?).

Sim, existe política nova… são os jovens que a fazem. Existe política nova: por mais que os agentes da velha não queiram que exista. Sim, existe política nova: ela é feita de argumentos, ação e respeito ao dinheiro de quem paga impostos. Existe política nova e espero que ela esteja, ao menos, preocupando quem faz a velha.

E, para terminar, na pior das hipóteses, se você ainda está convencido de que não há política nova, eu tomo a liberdade para conclamar agora: VENHA FAZÊ-LA!

É seu futuro. É sua cidade! É seu país! Tome posse deles! Assuma seu lugar!

*João Antonio é professor há 25 anos