
Este é o primeiro texto que escrevo de uma série que versam sobre a minha área de experiência: a Educação. Espero de coração, que a mensagem aqui presente seja bem compreendida. Em minhas três décadas como professor, já vi de tudo, já presenciei de tudo, já sofri de tudo… E uma das coisas que mais de entristecem é a notícia, que me é dada pelos próprios pais, de que eles vão mudar seu filho de escola “porque na outra escola é mais fácil de passar”.
(Notem que não estou criticando a mudança da escola, que pode acontecer por motivos financeiros, ou porque existem más influências entre os colegas, ou porque a criança já está “sendo perseguida” por professores ou diretores, ou por qualquer outro motivo!). Estou criticando os pais que mudam seus filhos de escola exatamente PORQUE NA NOVA ESCOLA SERÁ MAIS FÁCIL PASSAR DE ANO!
O objetivo final da escola NÃO É fazer a criança passar de ano. O evento “passar de ano” é uma consequência do verdadeiro objetivo da escola: a criança APRENDER o conteúdo! Se você tem condições de custear uma escola BOA, leia-se “exigente”, e seu filho não está atingindo “boas notas” lá, arriscando uma reprovação, que este não seja o motivo para tirá-lo desta escola e colocá-lo numa “mais leve”.
É como reiniciar o jogo (vídeo-game) no modo “EASY” porque ele não tem condições de “vencê-lo” no modo NORMAL. Pensar assim em longo prazo é o mesmo que dizer “Meu filho NÃO SERÁ MÉDICO, porque isso exigirá muito dele… vamos escolher outra profissão mais fácil de ele passar”.
Não estou aqui desmerecendo qualquer outra profissão: sou professor, e os cursos de licenciatura são alguns dos quais as notas para entrar na faculdade são ridiculamente baixas. Mamães e papais: se vocês podem investir na MELHOR escolarização para seus filhos, mesmo que eles “não estejam atingindo” o nível que estas escolas exigem, não as mudem de instituição: mudem de postura.
Avaliem o comportamento, a disciplina, o interesse e os incentivos para que seus filhos possam extrair da escola o máximo que ela pode dar. Acompanhem a vida escolar de seus filhotes: não fiquem só no “paguei a mensalidade, tá OK!”. O futuro dos seus filhos agradece. Seus filhos, no futuro, agradecerão.
“Tá, João… mas e se eles reprovarem?” Bom, isso é papo para o próximo texto!
*João Antonio é Professor por Vocação e Paixão