A campanha da fraternidade lançada pela CNBB este ano aborda uma questão pouco discutida mas extremamente grave: o Tráfico Humano. A ONU alerta que o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo. Desse valor, 85% provêm da exploração sexual. A Itália é considerada o país europeu mais procurado por transexuais brasileiras e prostitutas. Sua rede de enfrentamento é a mais organizada.
Muitos podem ser iludidos através de uma proposta de vida melhor, e com o tempo percebem que a realidade é outra cruel e escravizante.
Em Pernambuco, há dados no Ministério Público do Trabalho que só em um ano foram resgatados do trabalho escravo 27 pessoas. Entre as vítimas estavam trabalhadores de Santa Catarina, Piauí e São Paulo. No Brasil esse número vai para 2 mil.
Além dos explorados no trabalho, os explorados sexualmente também são alvo da campanha e por último o para tráfico de órgãos, esses três são os de maior ocorrência no nosso país. No Brasil, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul registram mais casos de vítimas.
Outro dado interessante é que o Brasil tem sido alternativa para quem mora em outros países que estão em crise e estão vindo para cá com propostas de mudança de vida, fato que tem acontecido em particular aqui no nordeste com Pernambuco. Pessoas estão vindo de outros estados para trabalhar geralmente em obras de construção de grandes empresas e shoppings e ficam morando e vivendo em situação degradante e desumana e se endividando.
A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.
Assim como vemos no material promocional da campanha, essa situação em que muitos estão sendo submetidos rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.
Em ano de Copa do Mundo, estaremos vivenciando de perto tudo isso. No Senado tem o PLS 479/2012 que define como tráfico de pessoas a prática de “agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de explorar alguém para: remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo; trabalho em condições análogas à de escravo; servidão por dívida; casamento servil; adoção ilegal; exploração sexual e qualquer forma que acarrete ofensa relevante à dignidade da pessoa ou a sua integridade física”.
A pena prevista é de prisão, de quatro a dez anos, e multa. Cabe mais uma vez a todos nós nos unirmos, sociedade, governo, imprensa e demais órgãos e entidades para além de vigilantes denunciarmos.
Nos libertamos para que possamos usufruir da liberdade e não para nos tornar cativos, isto seja também entendido nas amarras e caprichos de líderes religiosos ou religiões doentias, que em muitos casos também cometem seus abusos e acorrentam vidas, com o mesmo engodo de uma vida melhor e que não representa nem de longe a proposta deixada pelo próprio Jesus cristo (Gálatas 5:1).
PT COM QUEM PARA GOVERNADOR?
Embora Armando Monteiro tenha sua pré-candidatura apoiada por Humberto Costa, João Paulo, Dilma Rousseff e Lula, existe a opção pela candidatura própria, defendida pelas correntes O Trabalho, Esquerda Marxista Alternativa Socialista e Democrática, Coletivo Esporte e Lazer, Coletivo Quilombo e Novos Rumos PE.
Estas tendências disponibilizaram pela internet um abaixo assinado online para saber a opinião dos filiados. No dia 23 de março 300 delegados decidirão sobre qual a melhor saída para o PT em Pernambuco.
40 ANOS DEPOIS… – Foi lá nos Estados Unidos, o líder do grupo Pantera Negra, saiu esta semana da prisão depois de passar mais de quatro décadas detido, acusado indevidamente pela morte de um policial. O ativista foi condenado à prisão perpétua pela acusação de assassinato do policial Donald Sager, em 1971, no estado de Maryland. Ele sempre negou ter participado do crime, entretanto, e diversas campanhas foram mantidas por sua libertação.
O programa de espionagem do FBI foi montado sob a alegação de que o grupo compunha “a maior ameaça à segurança nacional” dos Estados Unidos. Entre as principais ações do projeto estiveram a vigilância, a infiltração, o perjúrio e o assédio policial, além da própria detenção arbitrária e do assassinato, para enfraquecer o Pantera Negra e minar a sua atuação.
PARA REFLETIR
“Tudo que é realmente grande e inspirador é criado pelo indivíduo que pode trabalhar em liberdade”. (Albert Einstein)
*Paulo Nailson escreve sob política no blog Política de AaZ e Cultura & Cidadania no Jornal de Caruaru. Edita o blog presentiaonline e militante na Cultura e na política.