Ela voltou a ser notícia esta semana com seu retorno à vice-presidência do PT de Pernambuco, cargo que ocupou após o processo eleitoral interno do partido em 2010. Cáustica para uns, líder exemplar para outros tantos ela pode ajudar o partido a se reencontrar depois dos muitos desencontros que o levaram a derrota na capital. Para ela “o PT saiu menor do que entrou no Recife e também no Estado. E se continuar assim o PT estará indo para o fundo do poço.” disse, em seu discurso.
Um desafio a ser assumido também em relação a sigla em nossa cidade. A tendência de Louise ocupa provisoriamente a presidência do partido, após o pedido de afastamento do próprio Josué Eusébio. Além dos conflitos internos o PT local perdeu representação na câmara e entre outras tantas, a solução daqui pode ser a mesma dada por ela ao PT estadual que é superar o “enfrentamento de personalidades”.
Queiroz e Louise – A visão experiente e ao mesmo tempo inovadora do prefeito fez com que ele fosse o primeiro a criar a Secretaria da Mulher dando a oportunidade daquela “menina rebelde do megafone” tornar-se também a primeira secretária no cargo e com inquestionáveis conquistas não só para as mulheres caruaruenses mas dando relevância a outros temas importantes como a questão de gênero, raças e gestão participativa. Em seu retorno da Espanha o que poderia acontecer? Que papel ela desempenharia? Saindo candidata à majoritária poderia fortalecer a legenda, mas fragilizaria a Frente Popular. Assim como Gonzaga, “de pai para filho”, Wolney a convoca para junto com Douglas consolidar o núcleo de coordenação da campanha que reelegeu o perfeito, vindo a ser ainda mais reconhecida em suas ideias e dom de oratória.
Conversei com ela um dia após seu retorno a vice. Louise estará se ausentando por mais alguns dias de nossa cidade e muito já se especula sobre sua missão na gestão a partir de 2013, ano crido por ela como sendo de sorte. Há até os que apostam em sua saída do PT diante do cenário atual do partido e do horizonte que se abre em relação a outras legendas, sobre isso ela me foi muito clara: “só saio do PT no dia que deixar a política”.
Lima Barreto e Louise – Hoje, 19 de outubro, há exatos 101 anos, o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro começava a publicar como folhetim o Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. Jornalista, mulato e irreverente, mostra no romance que se pode ser impiedoso na crítica e implacável na ironia, sem perder uma imensa ternura pelo Brasil. Tenho pra mim que ela vai permanecer assim, inquieta, “briguenta”, e de preferência sem jamais perder a ternura.
Quem sai e quem fica? – Se fosse depender dos “pitaqueiros” de plantão já saberíamos até do novo ministério do próximo presidente em 2014.
Uma frase para refletir
“Ninguém compreende o que quero, ninguém deseja penetrar e sentir; passo por doido, tolo, maníaco e a vida se vai fazendo inexoravelmente com a sua brutalidade e fealdade.” (Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto)